Fernando Barenco

2020: vem aí os ‘carros de coleção’ dos anos 1990

carros nacionais anos 1990

Com a nova década, modelos como Apollo, da VW e Ipanema, da Chevrolet poderão pleitear placas pretas. Depois vem Tempra, Versailles, Omega…  

Pois é, o tempo tem passado voando mesmo. Tenho vivos em minha memória os lançamentos dos automóveis brasileiros do final dos anos 1980 e início dos 90. Nessa época tinha vinte e poucos anos. Carros que ainda encontramos com bastante facilidade em nossas ruas, mas que com a virada da década, daqui dois meses, serão catapultados ao status de genuínos ‘veículos clássicos’, de acordo com os critérios da internacional FIVA e da nossa FBVA, ou seja: completarão 30 anos! E assim poderão se candidatar à cobiçada (e ao mesmo tempo desmoralizada) placa preta.

Poucas novidades

Aquela foi uma época complicada de nossa história. Em março de 1990 assumia o Governo Fernando Collor, prometendo acabar com os ‘marajás’ e confiscando as economias de todo mundo. A inflação era alta, nada menos que 1.467% naquele ano. O desemprego não era tão alto como agora, mas quase: cerca de 10%.

Então, a situação não era nada favorável para o mercado de brasileiro automóveis (chamados pelo Presidente de ‘carroças’) e novos modelos eram escassos. Nada nem próximo à profusão de lançamentos que temos hoje, com uma infinidade de marcas e modelos disponíveis. Confesso que não sei o nome de grande parte dos modelos atuais que vejo nas ruas. Até porque é tudo tão parecido…

Ao longo de 1989 tivemos o lançamento do Kadett e de sua primeira versão esportiva, a GS (sem injeção eletrônica). Então, procurando bem já é possível encontrá-los com placas pretas nos encontros. No finalzinho do ano saiu a versão SW Ipanema, já como como modelo 1990. Então, essa é quase impossível de ser encontrada com o status ‘de coleção’.

Ainda em 1989 a Ford apresentava o Verona — já tivemos notícias de exemplares com placa de coleção. E graças a Autolatina, no início do ano seguinte saia seu irmão gêmeo da Volkswagen, o Apollo. Então, placa preta para ele só ano que vem mesmo.

E é pouco mais que só isso mesmo nessa virada de década. Além desses, temos como lançamentos 1990 o Miura X11 — derradeiro modelo da fabricante gaúcha de foras-de-série; o jipe CBT Javali; e a Chevrolet Bonanza, versão curta da Veraneio da 2º geração, que foi lançada em dezembro de 1989.

Os russos chegaram

Embora não sejam brasileiros, os Lada com seus três modelos — Laika, Niva e Samara — merecem uma menção. Esses populares russos fabricados desde os anos 1960, foram os primeiros importados a chegar ao Brasil, com a abertura de mercado de Collor, a partir de 1990. Antes disso, nunca aportaram aqui. Então, os primeiros com placas pretas só devem começar a surgir a partir de janeiro.

E nos próximos dois anos, teremos mais nacionais completando três décadas. Fiat Tempra, Ford Versailles, Gurgel MotoMachine e Chevrolet Kadett GSI (hatch e conversível) são lançamentos de 1991.

Em 1992, além do Super Mini, a última cartada da Gurgel, tivemos outro Chevrolet que, mesmo antes de completar 30 anos, já tem seu reconhecimento como clássico: o Omega, que chegou com a difícil missão de substituir o Opala.

O tempo voa! A gente pisca e lá se vão três décadas. Ano a ano, o número de ‘carros de coleção’ tupiniquins vai crescendo, movendo a roda desse movimento maravilhoso que é o antigomobilismo.

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