A mais luxuosa versão do Maverick foi fabricada apenas durante três anos. Esse exemplar impecável de nossa matéria é o top de linha
O Ford Maverick — sobretudo em sua versão esportiva GT — é hoje um dos mais cultuados e valorizados modelos clássicos. No entanto, quando novo nunca foi um campeão de vendas. Lançada em junho de 1973, a versão brasileira do sedã médio norte-americano ficou pronta justamente durante a famosa crise mundial do petróleo, o que tornou a gasolina mais escassa e cara.
Velho motor 6 cilindros trouxe má fama
Em seus primeiros anos o Ford Maverick podia ser equipado com duas opções de motores, ambos pouco econômicos: o V8 302 e o 6 cilindros 184 herdado da antiga Linha Willys (leia-se Itamaraty), que embora tenha recebido inúmeros aperfeiçoamentos, criou um certo estigma sobre o novo carro.
Em 1975 o novo e bem menos beberrão motor OHC 2.3 de 4 cilindros finalmente chegou para aposentar o 6 cilindros, que além de tudo era pouco potente.
Na primeira fase, o Ford Maverick estava disponível nas versões Super (a básica), Super Luxo, além da GT, já citada aqui. A carroceria podia ser coupê de duas portas ou sedan, de 4 portas.
Em seus quatro primeiros anos foram produzidas cerca de 95 mil unidades, somadas todas as versões. Os números foram caindo ano a ano, com 34.700 em 1974 (seu melhor ano), chegando a apenas 19.900 em 1976.
Chega a 2ª fase e o LDO
Embora a expectativa comercial não fosse nada animadora, para 1977 a Ford decidiu que era hora de dar ao Maverick uma sobrevida, promovendo um facelift: nova grade composta por triângulos verticais, novas e maiores lanternas traseiras e um novo capô com falsas entradas de ar para o GT. Mecanicamente, nenhuma alteração.
No mesmo ano, chega uma nova versão, em substituição ao Super Luxo, que é o tema central de nossa matéria: o LDO — sigla que significa “Luxury Decor Option” e que em Português não faz muito sentido: “Opção de Decoração de Luxo”.
Atenção a cada detalhe
Essa é a mais rara e luxuosa versão do Ford Maverick. Por fora, o friso que contorna os paralamas, o teto em vinil que é interrompido na altura dos vidros laterais traseiros e as calotas exclusivas em aço escovado dão um ar de sofisticação.
E o requinte continua no interior, com assoalho acarpetado, bancos em tecido de qualidade superior, o mesmo volante de quatro raios que equipava o Landau, console central e o famoso padrão de acabamento da Ford dos bons tempos.
Seus concorrentes diretos eram o Dodge Lebaron e o Chevrolet Opala Comodoro.
Esse maravilhoso Ford Maverick LDO 1978 que ilustra a nossa matéria, foi vendido recentemente pela CND Motors, uma loja especializada em carros premium com sede em Criciúma – SC. Com apenas cerca de 35 mil quilômetros rodados, havia pertencido ao proprietário anterior durante 16 anos. De acordo com a CND, a pintura é ainda quase toda de fábrica.
Era a versão top de linha, tendo as seguintes características:
- Motor V8 302
- Câmbio automático na coluna de direção
- Direção hidráulica
- Ar-condicionado
- Interior marrom 100% de fábrica
- Rádio Bosch Am/Fm de época com manual
- Manual e cartão do proprietário
- Pneus diagonais nas medidas corretas
- Faróis, lanternas e vidros originais
- Veículo de coleção com pontuação máxima na avaliação
- Premiado no XIII Encontro de Águas de Lindóia 2008
Apesar da tentativa de prolongar a vida do Ford Maverick, os números de produção, somadas todas as versões, foram ainda mais minguados em seus últimos três anos, com 7.400 unidades em 1977, 4.750 em 1978 e somente 1.034 em 1979, o ano de despedida.
Redação: Fernando Barenco
Fotos: CND Motors
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