Repórter Maxicar

Limusine Presidencial de Lyndon Johnson (e supostamente Jacqueline Kennedy) está à venda

Limusine Presidencial

De acordo com o site de leilões, carro oficial da Presidência dos EUA teria servido, além de Johnson, também à esposa de Kennedy, seu antecessor, que foi assassinado. Mas a cronologia dos fatos põe em dúvida essa informação

A Mecum Auctions irá leiloar no dia 9 de março a Limusine Presidencial Imperial Crown Ghia 1964, que foi um veículo oficial da Casa Branca, servindo ao então presidente Lyndon Johnson.

A Limusine Presidencial

A Chrysler produziu dez dessas Limusines a partir do sedan Imperial Lebaron. Os carros foram montados sem teto em Detroit e depois enviados para a fábrica da Ghia, na Itália, onde receberam todo o luxuoso acabamento, incluindo o interior e o teto. Um dos carros foi então cedido por comodato à Presidência dos Estados Unidos.

Atualmente com o equivalente a 24 mil quilômetros rodados, essa Limusine presidencial é equipada com motor v8 de 340cv e câmbio automático com acionamento por botões no painel. Com três janelas laterais de cada lado, tem vinil na parte traseira do teto e a carroceria preta é ornamentada por um filete dourado. O habitáculo do motorista tem banco inteiriço em couro preto e é separado da traseira por uma divisória de vidro que abre e fecha ao toque de um botão, como é comum em limusines. A parte destinada aos passageiros tem banco em tecido de lã cinza e grosso carpete. Há um pequeno banco adicional rebatível.

Após servir na Casa Branca até 1965, a Limusine foi devolvida à Chrysler, que a vendeu para Hugh McVeigh, proprietário de uma concessionária Chrysler em Redford, Michigan.

Cronologia dos fatos

De acordo com o anúncio publicado pela Mecum Auctions, essa limusine 1964 também teria sido utilizada pela primeira dama Jacqueline Kennedy, cujo marido, o presidente John Kennedy, foi assassinado em 1963.

Então, há uma questão cronológica que põe em dúvida essa informação.

Johnson, ao lado de Jacqueline Keneddy, presta o juramento dentro do Air Force One, em 22/11/63

  • O presidente norte-americano John Kennedy foi assassinado no dia 22 de novembro de 1963, durante um desfile em Dallas, no Texas.
  • Seu vice-presidente Lyndon Johnson, que também estava na cidade, tomou posse no mesmo dia, dentro do avião Air Force One, ainda no Aeroporto de Dallas, antes da viagem de volta a Washington, numa cerimônia improvisada.
  • Com a morte do marido, Jacqueline Kennedy permaneceu na Casa Branca somente nas duas semanas seguintes.
  • Então, a não ser que essa Limusine Presidencial Imperial seja “1963, modelo 1964” — sendo cedida à Presidência dos EUA no decorrer de 1963 —, é impossível que ela tenha servido como carro oficial de Jacqueline Kennedy, enquanto ainda era a primeira dama. Ela poderia apenas ter eventualmente utilizado o carro como uma gentileza do próprio Johnson, quando ele já era o presidente.

Johnson (c) e sua esposa Claudia ao lado da Limusine presidencial

Numa foto sem data, publicada no anúncio da Mecum, o presidente Johnson é visto ao lado da Limusine cumprimentando um figurão. Em sua companhia está uma elegante senhora com vestido amarelo. Embora sem nenhuma legenda, a imagem sugere que seja Jackie Kennedy. Mas não. Apesar da semelhança entre ambas, trata-se da esposa de Johnson, a socialite Claudia Taylor Johnson, conhecida como Lady Bird Johnson.  A mesma imagem aparece em um vídeo publicado no Youtube há cerca de um ano, ocasião em que o carro foi posto à venda anteriormente.

Jackie Kennedy só aparece de fato lado da Limusine em outra imagem publicada no anúncio, também sem data. Então pode ter sido tirada em 1963, 1964 ou até em 1965, ano em que o carro foi devolvido à Chrysler.

A única foto em que a ex-primeira dama aparece ao lado do carro

Todos esses fatos nos levam a crer que essa Limusine a venda nunca tenha servido à primeira dama norte-americana durante o mandato de seu marido.

O mundo dos clássicos está cheio de automóveis que pertenceram a reis, rainhas e outros nobres; presidentes e outros políticos; cantores, atrizes e outros artistas; atletas e outras celebridades. Em muitos casos os fatos e documentos comprovam a procedência e a veracidade das informações. Já em outros…

Texto e edição: Fernando Barenco
Fotos: Mecum Auctions e arquivo

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