Curiosidades

Por onde andou o Opala Las Vegas?

Opala Las Vegas

Protótipo do Salão do Automóvel de 1972 reapareceu em São Paulo no final do mês passado

A grande sensação do Clássicos Brasil 2016 — evento dedicado exclusivamente aos automóveis de fabricação nacional, que aconteceu entre os dias 23 e 25 de janeiro — foi sem dúvida alguma um desconhecido Opala verde metálico, com alguns detalhes bem distintos. O carro inclusive ficou durante os dois primeiros dias do evento dentro de uma caixa de madeira, no centro do gramado da exposição. O objetivo dos organizadores foi a de criar uma grande expectativa em torno do automóvel. E eles conseguiram!

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Apaixonados por Opalas (como nós) já tínham ouvido falar desse carro misterioso, peça única, através de fotos do Salão do Automóvel de São Paulo de 1972, onde ele foi apresentado ao público no stand da própria Chevrolet. Era uma experiência de estilo do Departamento de Marketing da empresa.

O Opala Las Vegas em detalhes

Tratava-se de um Opala coupê normal de linha — de acordo com o número do chassi, um Gran Luxo — mas com várias características especiais e únicas. Por fora meio teto de vinil Branco com emblema ‘Las Vegas’ na coluna traseira; grade dianteira de padrão exclusivo e com faróis auxiliares; calotas ao estilo do Veraneio com pintura da cor do carro; lanternas traseiras também exclusivas; retrovisor estilo cônico esportivo afixado no paralama. Por dentro painel e volante verdes, bancos de couro brancos com detalhes em verde escuro da Procar com encostos de cabeça também no traseiro; luz de cortesia para os passageiros do banco traseiro.

Aparição em São Paulo

Desde àquela apresentação oficial, o Las Vegas esteve desaparecido dos olhos dos antigomobilistas brasileiros — ou pelo menos da grande maioria deles. Julgava-se inclusive que o carro não existisse mais, como aconteceu com vários automóveis especiais fabricados no Brasil no passado. Daí a grande sensação que sua repentina aparição em São Paulo causou.

Mas por onde ele andou nos últimos 44 anos?

Descobrimos a resposta para essa pergunta por acaso. A história do Opala Las Vegas foi contada na página do Facebook da Covimarco Veículos, a concessionária Chevrolet de São Marcos, RS.

Com o término do Salão do Automóvel de 1972, o Las Vegas foi enviado para a Concessionária Chevrolet Simpala, de Porto Alegre, RS. Lá foi colocado em exposição a partir de dezembro daquele ano, sendo inclusive tema de reportagem do Jornal Zero Hora. Depois de um curto período, o carro passou às mãos de um diretor da General Motors, que também vivia na Capital Gaúcha, permanecendo com ele até inícios dos anos 1990, sendo depois vendido a um parente, morador de Alegrete.

R$ 45.000,00

Ford Verona GLX 1.8
R$ 30.000,00

BMW 2002 Tii 1972
R$ 220.000,00

Porsche 924 1977
R$ 150.000,00

Ford LTD 1978
R$ 86.000,00

VW Fusca 1300L 1977
R$ 35.000,00

VW Kombi 1973
R$ 150.000,00

R$ 110.000,00

VW Brasília 1976
R$ 30.000,00

DKW Belcar 1963
R$ 80.000,00

Neste período em que pertenceu ao segundo proprietário, o Opala foi visto com certa frequência em circulação pela Serra Gaúcha.

Foi então posto novamente a venda em 2004, através da publicação do anúncio em um jornal do interior do Estado. Apaixonado por Opalas, Pablo Soldatelli — da Concessionária Covimarco — informou o fato ao colecionador Jefferson Pereira, de Itajaí, SC, que acabou o comprando.

Depois de mais de três décadas, o Opala Las Vegas já estava descaracterizado em diversos de seus itens exclusivos originais: o vinil branco do teto havia sido substituído por um preto; os bancos foram refeitos com padronagem bem diferente do original; as calotas haviam sido substituídas por usuais dos Opala; o emblemas ‘Las Vegas’ do teto tinham desaparecido. O estado de conservação também não era lá essas coisas.

Antes da restauração

Jefferson teve que fazer um grande esforço de pesquisa através de literatura, fotos de época e o testemunho de pessoas que conheceram o carro quando novo, para traze-lo de volta à sua bela forma original, como pôde ser comprovado no Clássicos Brasil 2016.

Texto e edição: Fernando Barenco

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