Coberturas

X Passeio de Veículos Antigos em Raposo – RJ

Passeio Veículos Antigos Raposo

E chegou a décima edição!

Foi o recorde de participação do evento que agitou o pequeno distrito, com mais de 600 veículos antigos. Teve desfile performático, festa junina e corrida de Fordinhos

“Um ‘esquenta’ para os dez anos que vem aí!”, com esse título publicamos nossa cobertura da nona edição do Passeio de Veículos Antigos em Raposo, em junho de 2019. Quem poderia prever que uma pandemia adiaria por dois longos anos da edição nº 10?

E ela finalmente aconteceu entre os dias 03 e 05 de junho de 2022. E o sucesso do evento mostrou que os entusiastas dos carros antigos estavam ansiosos para deixar tudo aquilo para trás, tirar a “relíquia” da garagem, rever amigos e participar da festa. Assim, o pequeno distrito de Itaperuna, no interior do Rio de Janeiro, viu novamente seus hotéis lotados e suas ruas muito movimentadas. O Passeio já se tornou um dos principais acontecimentos para a economia e o turismo de Raposo.

Passeio de Veículos Antigos em Raposo

Sucesso de expositores e de público


O esperado retorno não poderia ter sido melhor. Essa foi a edição que reuniu o maior número de expositores, o que exigiu que o Hotel Fazenda Raposo — onde o evento acontece — disponibilizasse todos os espaços possíveis para os mais 600 veículos durante os três dias de evento.

O primeiro dia

Mesmo sendo um dia útil, na sexta-feira (03), por volta da hora do almoço boa parte dos expositores já havia chegado, principalmente aqueles vindos de mais longe. Por sua localização geográfica estratégica, Raposo recebe gente do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e esse ano até de São Paulo.


Às 4 da tarde aconteceu o primeiro evento social, o Chá D’elas, espécie de “Clube do Bolinha” ao contrário, onde só as mulheres participam. O bate-papo foi acompanhado de lanches e sorteio de ótimos muitos brindes, oferecidos principalmente por empresas locais.  

Coquetel com performances

Na festa de boas-vindas, o desfile performático — que já virou tradição — com apresentação do casal Reinaldo e Maria Helena Moreira, teve homenagem a Ayrton Senna, dança de salão e country, moda de viola, cowboys com trilha sonora de Ennio Morricone, entre outras.

O Pick-ups Group prestou homenagem ao fundador Cláudio Boechat


O ponto alto foi a homenagem ao antigomobilista Cláudio Boechat — que morreu em 2020 — pelos amigos do Pick-ups Group, fundado por ele. A homenagem teve a participação de sua família e de duas das picapes que pertenciam à sua coleção: uma Chevrolet C10 e uma Ford F-100. Boechat era um assíduo participante do Passeio de Veículos Antigos em Raposo. Em 2017 visitamos sua incrível garagem, em Cataguases-MG. Durante a homenagem, foi passado em um telão, essa apresentação:

O segundo dia

O sábado (04) começou chuvoso, algo inédito no Passeio de Veículos Antigos em Raposo. Aquele chuvisco chato, que logo passou, mas que exigiu dos antigomobilistas toalha e “produtos de beleza” para deixar suas máquinas brilhando de novo.

Benção das Chaves

A Benção das Chaves e o bolo de aniversário pelos 10 anos de evento


Com início às 9h, a abertura oficial do evento aconteceu durante a emocionante Benção das Chaves, que começou ainda com o chão molhado, mas o sol já voltava a tomar conta do cenário. A cerimônia contou com a presença do Prefeito Alfredo Luiz Marques e outras autoridades. Um bolo de aniversário ao som de “Parabéns para você” celebrou os 10 anos do Passeio.

A chegada de uma enorme caravana de carros antigos — uns 50 talvez… — causou um verdadeiro engarrafamento na alameda principal do Hotel Fazenda Raposo, onde ficam em exposição muitos dos veículos.

Na Corrida de Calhambeques, ganha o mais lerdo!


Às 2 da tarde, a Corrida de Calhambeques agitou o centro de Raposo e chamou a atenção de moradores e turistas. Muita gente custom a entender as regras daquela estranha competição às avessas, em que o ganhador é o carro que anda mais devagar, fazendo o maior tempo numa determinada distância. Isso é possível graças a alavanca de controle do distribuidor dos “calhambeques” que são regulados de forma a andar bem devagarinho, mas sem deixar o motor “morrer”.

O vencedor e o ganhador do “Troféu Abacaxi”


Participaram da prova cinco carros, em três baterias. Na segunda bateria a picape Ford Modelo A 1931 amarela parou no meio do caminho, sendo desclassificada. Ficou com o “Troféu Abacaxi”. A última bateria foi uma disputa entre o Ford Modelo A Phaeton 1929, de Leandro, (Matilde – ES) e o Chevrolet Touring 1928 “Dulcineia”, que pertence a José Paulo e que foi pilotado por Celsão (Patrocínio do Muriaé – MG). E o campeão acabou sendo o Chevrolet!

Festa Junina

Sábado é dia da esperada Festa Junina


A sempre animada festa junina — marca registrada do Passeio de Veículos Antigos em Raposo — aconteceu na noite de sábado. Além da dança da quadrilha, que esse ano teve grande participação — um buffet com todas aquelas deliciosas comidinhas e bebidas típicas dessa popular tradição brasileira.


O terceiro dia

Partidas e chegadas

Para muitos participantes, a manhã de domingo é o momento de dizer “tchau e até o ano que vem”, já que muitos estão bem longe de casa e é preciso vencer os muitos e muitos quilômetros de volta, sem pressa, a bordo de seu clássico de outros tempos. Outros, curtem mais algumas horinhas e almoçam, antes de pegar a estrada.

Mas a manhã de domingo é também de chegadas, já que os antigomobilistas que vivem cidades mais próximas e que trabalham ou têm outros compromissos sexta-feira e sábado, comparecem apenas no último dia.

Mas e os carros?

Ok, ok! Vamos falar um pouco dos veículos antigos? E teve muita coisa legal para ver. Importados e nacionais; grandes e pequenos; bem antigos ou nem tanto; de duas, quatro ou mais rodas… Centenas e poderíamos ficar aqui horas e horas escrevendo sobre eles. Mas como não dá, selecionamos alguns destaques, fazendo um pequeno apanhado do que foi essa 10ª edição do Passeio de Veículos Antigos em Raposo.

Os carrões do gramado

Cadillac Sedan, Chevrolet Delray e Pontiac Grand Prix (em primeiro plano)

Como de costume, vários modelos — sobretudo, de luxo ou esportivos — ocuparam o gramado que fica bem em frente à portaria principal do hotel, onde grande parte do agito acontece. O Cadillac 1947 de Roberto Ruschi veio Rodando do Rio de Janeiro, que fica a mais de 300 km de Raposo. O magnífico sedan participa das gravações da novela “Além da Ilusão” novela da seis atualmente na Rede Globo.

Outro carro de tirar o fôlego foi o raro Pontiac Grand Prix 1976 pertencente a Renildo Alves, de Teresópolis – RJ. Esse é um exemplar da terceira geração desse modelo produzido pela extinta marca de performance da General Motors.

Pouco conhecido, o Chevrolet Delray 1958 era o modelo de entrada da Linha Chevrolet, que tinha o Impala (que estreava naquele ano) como o top de linha. Por ser um modelo mais espartano e barato, o Delray era bastante usado nos EUA como taxi e viatura governamental. Foi pouco importado para o Brasil.


Entre os Mopars, quatro Dodges Charger R/T brasileiros, um Charger Rallye 1974 e um Chrysler Newport 1970. Além desses, um incrível Dodge Super Bee 440 Six Pack A12 1969, cuja produção foi de menos de 2.000 unidades naquele ano. Sobre esse muscle car, iremos falar mais em outra matéria.

Robson é apaixonado pela linha Willys nacional, principalmente o Aero de 1963


O antigomobilista Robson Elias, de Congonhas adorou o Aero Willys 1964. Ele é um grande admirador dos veículos Willys e especialmente desse modelo com traseira “rabo-de-peixe”, fabricado apenas entre 1963 e 64 e que atualmente se tornou bem raro. Toda a família gostou!

Ainda no gramado, os norte-americanos Chevrolet Bel Air 1953, Caprice 1980 e DeSoto Sedan 1951; alguns exemplares da linha Ford nacional com Maverick e Galaxie/Landau; o também brasileiro Alfa Romeo 2300 Ti 1978; um aristocrático inglês Jaguar XJ6 1986.

 Pick-Ups Group


Foi grande a participação do Pick-ups Group, que já tem espaço cativo no centro e arredores da rotatória que fica próxima à praça de alimentação e ao lago. Muitas picapes lindas este ano, sendo até difícil enumerar. Além das duas que pertenceram ao falecido Cláudio Boechat, uma Ford F1 1951 (a mais antiga do evento, exceto pelas Ford A), e duas Ford F100 brasileiras: uma 1958 com carroceria estilo norte-americana e uma 1963.

Entre as Chevrolets da Linha “C”, uma A10 (movida a álcool) da Super Série, que tinha como característica principal a pintura em dois tons, algo bem raro nos anos 1980.

Caminhões a afins

Embora pareça antigo, esse gigante Peterbilt foi fabricado em 2021


O 10º Passeio de Veículos Antigos em Raposo teve a participação de um ônibus, o Ciferal/Mercedes-Benz 1968. Caminhões e cavalos mecânicos foram vários. Destaque para um gigante norte-americano que, apesar da aparência, é praticamente novo. O Peterbilt 389 tem motorização Cummins de 613 e câmbio automatizado de 18 velocidades. É da serie especial Legendary de 2021 e possivelmente faz parte de um lote de 10 exemplares que desembarcou no Porto de Paranaguá-PR em março do ano passado, destinado a colecionadores de São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, conforme publicamos aqui.

Chevrolets

O setor de Chevrolets brasileiros, com muitos Opalas. E o Omega made in Austrália


Um bem organizado setor foi dedicado somente aos modelos da Chevrolet. Foram diversos Chevettes e mais de duas dezenas de Opalas, com vários exemplares de excepcional qualidade, que sozinhos já valiam uma visita à exposição. Destaque para o SS4 1975 amarelo, recém-restaurado, que pertence ao colecionador mineiro Caio Mário, de Conselheiro Lafaiete.

Entre os Omegas, um exemplar 1998 australiano, importado oficialmente pela GM do Brasil, na tentativa de substituir o modelo nacional. O sedan pertence a David Carlos, que fez muitos elogios ao carro, que de fato está impecável. Na Austrália, essa versão tinha a marca Holden, subsidiária GM naquele país.

Lafer


Logo na chegada do evento, o visitante dava de cara com uma dúzia de encantadores MP Lafers. A mostra desses conversíveis brasileiros fabricado nos anos 1970 e 80 já estava programada, daí a boa quantidade.

Puma

Outro modelo que teve seu encontro paralelo dentro do Passeio foi o Puma. Foram mais de 20 exemplares, das versões GTE, GTS, GTC, GTI (todos com mecânica VW 1600 refrigerada a ar) e GTB (mecânica Chevrolet de 6 cilindros).

Fusca e seus derivados

Passeio de Veículos Antigos em Raposo

Volkswagens refrigerados a ar: Brasília, Variant II e TL


Como é de praxe nos eventos de antigomobilismo, o número de Fuscas foi significativo. Destaque para a série especial 1985, exclusiva na cor “verde cristalino”. Entre os derivados muita diversidade: Variant, 1600 “Zé do Caixão”, TL de duas e quatro portas, Brasília, Karmann Ghia Coupê e TC, Variant II.

SLKs

Passeio de Veículos Antigos em Raposo

MBs SLK: esportividade com sofisticação


O conversível SLK da alemã Mercedes-Benz alia sofisticação e esportividade. Com quatro exemplares, fabricados entre 1998 e 2008, com versões 200, 230 e 320 (de acordo com a mecânica), representaram muito bem a nova geração de clássicos, que a cada dia conquistam mais espaço nos encontros de carros antigos.

Fiat

O esportivo italiano Coupê e a SW dos anos 1980 de Ricardo


Da Fiat, um italiano esportivo Coupê 1995 e um Tempra Turbo Stile 1998. Ricardo Renk, de Juiz de Fora – MG nos apresentou sua SW Elba CS 1986. Original de fábrica e equipada com computador de bordo, rodas de liga leve e todos os demais opcionais, ele nos explicou que esse era o carro mais caro da Linha Fiat na época. Ele sabe o que está dizendo, já que colecionador e estudioso dos modelos clássicos da marca.  

Duas rodas

Passeio de Veículos Antigos em Raposo

Este evento reúne sempre um bom número de motos e bicicletas


Bem na entrada principal do Hotel Fazenda Raposo, diversas motos clássicas dos anos 1970, 80 e 90, de marcas como Honda, Yamaha e Suzuki, além de bicicletas antigas. Esse é um segmento que tem espaço garantido no Passeio de Veículos Antigos em Raposo, atraindo sempre vários colecionadores.

Veja outros carros, momentos, festejos e pessoas na nossa Galeria de Imagens, que está imensa e dividida em vários álbuns.

Texto: Fernando Barenco
Fotos e edição: Fátima Barenco e Fernando Barenco


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