Repórter Maxicar

Mais antigo posto de combustíveis de São Paulo conta um pouco da história da Shell no Brasil

Ele foi inaugurado em 1929 e trazia a “bandeira” da Anglo-Mexican Petroleum, nome da petrolífera na época

O perfil “São Paulo Antiga” no Twitter acaba de postar essas duas fotos do mais antigo posto de combustíveis da Capital Paulista ainda em funcionamento. Inaugurado em 1929, a pequena construção em estilo neocolonial hispano-americano, na época tinha tamanho adequado para a quantidade de automóveis existentes no país.

Tombado pelo Patrimônio Histórico Paulistano desde 2015, o Posto Aclimação fica localizado no número 11 da avenida de mesmo nome.

No detalhe dessa foto a ilustração tirada de uma propaganda de época da Shell que publicamos abaixo. Note que a estética do posto é idêntica, exceto pelos toldos transparentes, mais modernos


Nos chamou a atenção a moldura artística em azulejos no alto da fachada, que identifica a “bandeira” do posto de combustíveis na época de sua inauguração:  a logomarca da concha acompanhada da inscrição “Anglo-Mexican Petroleum Company Limited”. Isso mesmo! O nome grande e pomposo era então a designação da Shell no Brasil, responsável pela construção desse e diversos outros postos de combustíveis pelo país.

A Shell no Brasil

A Anglo-Mexican Petroleum Company Limited se instalou no Brasil em 1913, com sede na Rua da Alfândega, no Centro do Rio de Janeiro. Contava com apenas seis funcionários. Embora em expansão, a indústria automobilística ainda engatinhava. Por isso, seus principais produtos eram o Kerosene Aurora e os óleos combustíveis para a indústria. Depois, em menor volume, vinham os produtos automotivos: a Gasolina Energina (a primeira a ser vendida no Brasil), óleo diesel e lubrificantes.

Antes dos postos, a distribuição de combustível era feita de carroça puxada por burros

BMW 2002 Tii 1972
R$ 220.000,00

R$ 45.000,00

MG TD 1953
R$ 190.000,00

FNM 2000 JK 1963
R$ 175.000,00

Mercedes-Benz 280S 1971
R$ 150.000,00

BMW 740i 1997
R$ 95.000,00

VW Brasília 1974
R$ 22.000,00

Ford Verona GLX 1.8
R$ 30.000,00

R$ 48.900,00

R$ 120.000,00

Ford LTD 1978
R$ 86.000,00

R$ 110.000,00


Todos os produtos comercializados aqui eram produzidos pela companhia de petróleo El Aguila, no México. Daí o nome da empresa. Inicialmente a distribuição era feita por carroças puxadas por burros. Os primeiros postos de combustível com a marca da concha começaram a surgir na segunda metade da década seguinte, com bombas ainda movidas a manivela. Na mesma época a Shell se tornou líder na distribuição de combustível de aviação e sua sede foi transferida para a Praça XV, também no Centro do Rio, onde permaneceu por 30 anos.

A Shell e a suástica

Curioso notar que na década de 1920, antes da ascensão do nazismo, a Shell usava a suástica na propaganda de seus produtos. Inclusive, seu óleo lubrificante se chamava “Swastika”. O símbolo deixou de ser usado na década seguinte. A suástica tem origem na Antiguidade e foi apropriada pelos Nazistas no final dos anos 1920. Numa propaganda posterior (abaixo), a Shell informava que estava deixando de usar o símbolo em seus produtos. Mas essa já outra história…

CLIQUE PARA AMPLIAR. Nessa galeria, três propagandas de época da Shell: na primeira anuncia sua nova sede no RJ e divulga a gasolina Energina; na segunda, os endereços de alguns postos de combustíveis de São Paulo e uma ilustração da estética das pequenas construções; na terceira, a Shell informa que não não irá usar a suásttica na divulgação de seus produtos. Note que nas três a suástica está presente


A logomarca da concha

A Shell tem suas origens na Inglaterra, quando em 1833 um empresário chamado Marcus Samuel passou a vender conchas que eram coletadas no Mar Cáspio — na região entre Europa e Ásia, que depois viria a se tornar a União Soviética — a colecionadores de Londres. Aproveitando sua experiência em importação, Samuel viu a oportunidade de trazer querosene de iluminação da mesma região.

Em 1907 nascia a Royal Dutch Shell, adotando a concha como logomarca, hoje uma das mais conhecidas do mundo.

Redação e edição: Fernando Barenco
Fotos: Perfil ‘São Paulo Antiga’ no Twitter e divulgação Shell

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