Coberturas

7º Encontro Brasileiro de Autos Antigos – Águas de Lindóia, SP

Encontro brasileiro autos antigos Lindoia

De volta à Meca do antigomobilismo nacional

Maior encontro de carros antigos do Brasil teve cerca de 800 veículos em exposição. Essa edição foi muito aguardada, pois não acontecia há 2 anos. Confira a lista completa de premiados

Depois de dois anos de marcações, remarcações e adiamentos de datas por causa da pandemia, finalmente aconteceu no feriadão de Tiradentes (de 21 a 24 de abril) o 7º Encontro Brasileiro de Autos Antigos.

Uma grande exposição com algo em torno de 800 clássicos de todos os gêneros e épocas; a tradicional gigantesca de feira de peças, acessórios e produtos afins; um imenso número de carros a venda, às vezes com valores quase inacreditáveis… Um evento superlativo mesmo.

E ainda: gente, gente, muita gente lotando cada centímetro da Praça Ademar de Barros, alimentação e hotéis com preços pouco convidativos, filas, trânsito complicado… que expõem a pouca estrutura da pequena estância para receber um evento dessa magnitude. É assim desde os tempos do Encontro Paulista.

Mas os pontos negativos parecem não importar muito para a legião de entusiastas que parte dos mais variados pontos do Brasil para uma vez por ano transformar Águas de Lindóia na “Meca do antigomobilismo nacional”.

Mostra Alfa Romeo


Este ano houve uma mostra especial da marca italiana Alfa Romeo, com diversos exemplares do acervo da Coleção Automóveis no Brasil, a qual se juntaram carros de outros colecionadores. Essa coleção foi iniciada por Fábio Steinbruch, empresário que morreu há alguns anos. Embora sua coleção fosse bastante eclética, Fábio tinha uma predileção especial pela linha Alfa Romeo e foi um dos fundadores do clube da marca.

Entre os destaques dessa mostra, um FNM 2000 JK 1967 — pela importância que o modelo tem na história da indústria automobilística brasileira; o raro coupê esportivo Montreal, com suas características “persianas” sobre os faróis e cuja produção foi de menos de 4 mil unidades; e o encantador caminhão plataforma A12 1972 movido a diesel.

Ainda falando da exposição Alfa Romeo, o Furia GT 1971 levou o prêmio “The Best in Show Nacional”. Trata-se de um protótipo único, em metal, criado por Toni Bianco. Com a mesma mecânica do FNM 2150, um pouco apimentada graças à dupla carburação, o objetivo era a fabricação em série de 12 carros por mês, com carroceria em fibra de vidro. Mas o projeto acabou não vingando.

Destaques do 7º Encontro Brasileiro de Autos Antigos

Confira neste arquivo em PDF a tabela completa dos veículos premiados, além dos prêmios especiais.

Mas falamos a seguir sobre alguns veículos que selecionamos entre os cerca de 800 que estiveram em exposição, independente de terem sido ou não premiados. Além disso, nossa GALERIA DE IMAGENS, tem mais de 400 fotos clicadas por Odair Ferraz.

Não podem faltar os Cadillacs


Cadillacs – Nenhuma grande exposição de carros clássicos pode abrir mão de alguns Cadillacs. A 7º Encontro Brasileiro de Autos Antigos contou com um belo time desses icônicos norte-americanos, com carros de várias épocas. O mais antigo um Conversível amarelo de 1939.


Utilitários GM — Essa edição contou com a participação de um grande número picapes e outros utilitários, não só da Chevrolet, mas também de outras marcas (vamos falar sobre elas mais adiante). Da marca da gravatinha, gostamos da picape C10 Cheyenne dos início dos anos 1970, e dos furgões 3100 Suburban 1956 (com frente “Martha Rocha”) e Apache 1958. Os três de fabricação norte-americana.
Entre os nacionais, uma linda Veraneio 1974 verde metálica, com teto em vinil, super calotas, faixas laterais e tudo que estava disponível na versão de Luxo.

GTO e Mickey Mouse

Em primeiro plano, Pontiac GTO. Depois, a dupla Firebird Trans Am


Pontiacs – Quando se junta Pontiac + muscle car geralmente pensamos no Firebird, o “primo” do Camaro, famoso no cinema e na TV, com seu icônico pássaro pintado no capô, como esses dois exemplares da foto: o azul e o branco, produzidos no início dos anos 1970. Mas, um pouco antes do Firebird, a Pontiac começou a produzir aquele que é reconhecido como o próprio precursor dos muscle cars, sendo lançado em 1965. E consideramos o modelo fabricado em 1967 o mais sensacional dos GTO, que é justamente esse preto que aparece em primeiro plano na mesma foto.  

Carretera foi uma criação da Equipe DKW de automobilismo


DKW “Mickey Mouse” — A ideia de criar uma versão encurtada do Belcar para pistas foi do chefe da Equipe DKW-Vemag, Jorge Lettry. O ano era 1966 e o mecânico-chefe Miguel Crispim o encarregado pelo projeto. Assim nasceu a aerodinâmica carretera nº 10 “Mickey Mouse”, que nas mãos de Marinho fez sucesso em pistas de baixa. Mas com a compra da DKW-Vemag pela VW, a famosa equipe de corridas chegou ao fim. Mas ela continuou nas pistas, agora nas mãos de Plodoaldo Arouca, vulgo “Volante 13”. Em Águas de Lindóia, foi premiada na categoria “Tropicalismo” para nacionais fabricados até 1966.

Ao toque de um botão

O teto rígido fica escondido dentro do porta-malas


Ford Fairlane Skyliner 500 – Enquanto isso, direto de 1959, esse Ford dá um show de tecnologia, com seu teto rígido conversível, que graças a um complexo sistema elétrico, baixa a capota, a escondendo no porta-malas com o simples toque de um botão. Em 60 segundos! O complexo mecanismo conta com sete motores e utiliza nada menos que 185 metros de fiação. Incrível até nos dias de hoje.

Hupmobile 1923: um dos mais antigos em exposição


Hupmobile 1923 – Um dos dois carros premiados na categoria “Vintage” — para carros fabricados entre 1919 e 1930 — esse conversível sobrevivente dessa marca extinta ainda nos anos 1930 pertence ao colecionador Marcos Vinicius Meduri, um apaixonado por modelos dessa época. Na tampa do radiador, um chique ornamento em cristal Lalique.


Tributos – Categoria interessante essa, que premia réplicas de carros de algum modo famosos. E os agraciados foram:

  • Nacional: VW Fusca 1975 Telesp – seu proprietário, Odil Porto caprichou. Além do carro que reproduz com perfeição a viatura da antiga companhia telefônica de São Paulo, ele levou para o evento, a título de maior realismo, o gradil de isolamento, um manequim paramentado de técnico e até um orelhão.
  • Importado: Hudson Hornet 1951 – Uma homenagem aos míticos “Fabulous Hundson Hornet”, os reis da Nascar naquela época. Por tabela, homenageia também o Doc Hudson do longa de animação “Carros”.

Opala e seu antepassado — Interessante ver lado a lado nosso querido Chevrolet Opala — escolhemos esse belo sedan “azul bebê” 1969 para ilustrar — e seu antepassado alemão, o Opel Rekord C. Repare como são idênticos, exceto pela grade e detalhes de acabamento.

A Kaiser fazia belos carros de passeio, como esse Manhattan


Kaiser Manhattan 1951 – Esse belo sedan de outra marca norte-americana extinta, tem uma história envolvendo uma lua-de-mel, que foi contada na edição nº 110 da revista Classic Show. Não vamos dar spoiler aqui, para não estragar a surpresa.

Ford F1: hot rod premiada tem estilo sóbrio


Ford F1 1951 – Em meio à grande quantidade de hot rods presentes ao 7º Encontro Brasileiro de Autos Antigos, essa bem transada picape teve a honra de ficar em primeiro lugar na categoria especial “Batalha dos Construtores”, que premiou também um caminhão GMC COE 1974 e um Ford Maverick. É um projeto da Ogros Garage, de Sorocaba-SP.

A Ford Belina Luxo Especial é conhecida como “Woddie”, embora o aplique não seja de madeira verdadeira


Ford Belina 1970 — Encontrar essa SW da primeira fase em excelente estado já se tornou tarefa difícil. Mas quando se trata da versão oficialmente chamada de Luxo Especial, mas apelidada de “Woodie”, a coisa complica ainda mais. É que essa Belina que imita aquelas antigas peruas norte-americanas, com seus apliques laterais imitando madeira, foi fabricada só por dois anos.


Picapes Studebaker – Graças à participação do colecionador Mário Ferretti, o número de veículos Studebaker é sempre bem significativo em Águas de Lindóia. Nessa edição, chamaram a atenção duas picapes bem antigas: uma street 1937 e a outra original de 1946. Ambas de modelos raros até no país de origem.

O esportivo de Maxwell Smart


Sunbeam Tiger 1964 – Se você é fã da impagável série dos anos 1960 Agente 86, deve estar achando esse conversível inglês familiar. É que o Sumbeam Tiger foi o primeiro carro a aparecer com Maxwell Smart na abertura. O da série era vermelho.

O 1800S é considerado um clássico da confiável Volvo


Volvo 1800S – Esse modelo sueco é um verdadeiro herói da resistência. Em 2017 o norte-americano Ir Gordon ficou famoso quando seu Volvo 1966 igual a esse entrou para o Guinness Book por ter atingido a incrível marca de 3 milhões de milhas rodadas com um único proprietário. Detalhe: nunca necessitou de retifica.


Plymouth Cuda 1970 – Em Águas de Lindoia um verdadeiro festival de muscle cars, com muitos Mopars, sobretudo. Esse Cuda em tom de púrpura, pertencente ao jovem colecionador Fabrício Pessanha, por exemplo, veio de Campos dos Goytacazes, cidade do norte-fluminense, distante 790 km de Águas de Lindóia.

Dodges Brasileiros – E diante dos musculosos gringos, nossos Dodges nacionais sempre fazem uma grande presença. Nossos representantes não devem nada em beleza, qualidade e estilo.

The Best em dose tripla


O Troféu “The Best in Show” foi dividido em três categorias. Como já comentamos aqui, o brasileiro foi o Alfa Romeo Furia. Já os destaques internacionais foram para o Cord 810 1936 entre os “Pré-Guerra”; e para o Plymouth Superbird 1970, no “Pós-Guerra”.

Em comum o fato de ambos serem carros considerados revolucionários em suas respectivas épocas. O Cord 810 foi o primeiro carro dos EUA com tração dianteira e suspensão independente. Além disso, tinha estilo totalmente diferente dos automóveis da época e faróis escamoteáveis. Estamos falando da década de 1930!

Já o Plymouth Superbird, com seu design inconfundível, foi criado para as pistas da Nascar e baseado no Road Runner. Seu motor V8 440 rende 390 cv. Foram fabricados menos de 2 mil.

Texto: Fernando Barenco
Fotos: Odair Ferraz – Visite sua Loja Virtual

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