Coberturas

XVIII Encontro AVA de Veículos Antigos – Juiz de Fora, MG

18 anos passaram rapidinho!

A ‘maioridade’ de um dos mais aguardados anuais de Minas Gerais. Edição 2019 foi dedicada a José Roberto Nasser

Completar a ‘maioridade’ de um evento de antigomobilismo não é tarefa fácil. A dificuldade de se conseguir patrocínios é imensa e qualquer apoio do Poder Público não é nada fácil também. Muitas vezes as prefeituras não conseguem enxergar a importância turística, cultural e econômica de um encontro. Dirigentes de clubes sabem bem do que estamos falando.

- 25 E 26 DE MARÇO -
Carros, motos, decorações, miniaturas, peças, ferramentas e literatura
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Há 18 anos a Associação de Veículos Antigos de Juiz de Fora aceitou esse desafio, e ano a ano vem realizando seus encontros anuais com grande sucesso. Um evento que o Portal Maxicar tem a satisfação de apoiar, divulgar e cobrir desde 2005. São 14 anos, portanto.

Exposição de carros antigos: programa de fim de semana para toda a família


E neste fim de semana ensolarado de inverno — 13 e 14 de julho — mais uma vez viajamos a Juiz de Fora para fazer o registro de uma das maiores e mais aguardadas festas do antigomobilismo mineiro. O pátio de eventos do Carrefour teve lotação quase esgotada, e multiplicando por cinco o número de veículos antigos inscritos, chega-se a mais de três toneladas alimentos arrecadados, destinados às entidades assistenciais da cidade.

O público visitante também não decepcionou. Casais, pais & filhos, gente da ‘melhor idade’, jovens, famílias inteiras… Todos ávidos e curiosos para conhecer as máquinas que povoavam nossas ruas e estradas num passado distante ou nem tão distante assim!

Ford Modelo T, com rodas de madeira e manivela de ignição: muita história para contar


Do alto de seus 93 anos bem rodados, o Ford modelo T 1926 foi o automóvel mais antigo deste ano. E quanta coisa esse ancião já ‘testemunhou’ ao longo das décadas: a Grande Depressão americana, a II Guerra Mundial, a chegada do homem à lua… se ele pudesse falar!

Em sentido horário, a partir do alto: Chrysler Imperial e Mercury Marquis; Corvette Stingray; Impala Sport Sedan e Hudson Comoodore


Bem mais ‘jovens’, outros americanos fizeram bonito na ala de importados: Hudson Commodore 1948, Cadillac 1967, Chrysler Imperial e Mercury Marquis 1972, Impala Sport Sedan 1964, Camaro Type LT 1974, Corvette Stingray 1977.

Um doce para quem adivinhar qual é a réplica!


Ford Thunderbirds da primeira geração eram dois… só que não! Preste bem atenção nos dois Thuders das imagens acima. Notou alguma diferença? Pois é! São idênticos! O da esquerda é um genuíno 1956. Já o da direita é uma réplica tão perfeita que nem os mais atentos conseguem notar a diferença.  Detalhe: é peça única! Foi fabricada em 1984 pela Glaspac como protótipo para o Salão do Automóvel. Com carroceria em fibra de vidro, a empresa pretendia colocar seu Thunder logo em produção. Mas por dificuldades comerciais encerrou suas atividades em 1987.  Restou então este belíssimo exemplar, construído com peças de acabamento genuínas do famoso conversível americano.

Chevrolet Bel Air 1956: diretamente da Antuérpia, na Bélgica 


Igualmente espetacular o Chevrolet Bel Air 1956, de Marcelo Silvério, de Belo Horizonte. Com linda carroceria em vermelho e branco, combinação que se repete no interior, sua história é bem curiosa. Foi montado na Bélgica pelo sistema de CKD pela General Motors Continental Antwerp, que montava carros da Chevrolet, Vauxhall e Opel.  Segundo Marcelo, seu Bel Air foi importado novo para Portugal e alguns anos depois trazido para o Brasil.

À esquerda a Toyota Bandeirante que já viajou bastante pela América do Sul. À direita, a gigante GMC


Entre os veículos utilitários, importados como o furgão Chevrolet 3100 Suburban 1951 e a GMC Topkick 1997, disparada um dos maiores veículos do evento, ficando atrás apenas dos ônibus. Mas se não é a maior, a Toyota Bandeirantes 1991 de Alezir Bianquini é sem dúvida a que já fez as mais longas viagens. No currículo desse jipe aventuras por Bolívia, Peru, Chile, Argentina e Paraguai.

À esquerda, os irmãos Luiz Fernando e José Guilherme. À direita, o Fusca caprichosamente cromado


Entre as dezenas de Fuscas, destaque para impecáveis exemplares dos irmãos Luiz Fernando e José Guilherme Bastos. O do primeiro é um 1966 com motor 1200 e sistema elétrico de 6 volts. O do segundo, um 1300 fabricado em 1979. Outro que nos chamou a atenção foi o 1300 azul caprichosamente restaurado e com diversos detalhes cromados, inclusive cada componente do motor.

A partir do alto, em sentido horário: Opala Gran Luxo, DKW Belcar, Uno 1.6R e Willys Itamaraty


Quase todos os modelos da indústria brasileira das décadas de 1960, 70 e 80 estiveram representados. Da Volkswagem, além do Fusca, Kombi, Variant, TL, Karmann Ghia Coupê e TC, Brasília, ‘Zé do Caixão’, Passat, Gol, Voyage e Parati. Da Chevrolet, Opala, Chevette, Veraneio, C10, Kadett, Omega e Monza. Da Chrysler, Dodges Dart, Charger e Polara. Da Ford Corcel, Maverick Escort, Del Rey, F100 e Família Galaxie. Da Willys, Gordini, Rural, Jeep, Aero e Itamaraty. Da DKW, Belcar e Candango. Da Fiat, 147, Pick-up, Uno e Elba.

Golf Harlequin: depois que a gente conhece a história, acha legal


São quatro cores: amarelo, verde, vermelho e azul marinho. Um certo Golf 1997 chamou bastante a atenção. Será que o dono ficou maluco? Não, trata-se de um Golf Harlequin (de arlequim, em português), série especial criada por acaso pela Volkswagen nos anos 1990. Conta a história que a empresa resolveu embaralhar as cores de um exemplar para chamar a atenção do modelo em exposições e não tardaram a aparecer pessoas interessadas na compra daquela versão bizarra. Para colocar em produção foi fácil, bastou montar vários com as partes misturadas. Então, existes diversos padrões de cores, sempre usando esses quatro tons. Foram fabricados somente 264 unidades, todas para o mercado americano. Então, o de Juiz de Fora certamente é uma réplica. Mas isso não faz muito diferença, vale pela homenagem.

À esquerda, os representantes dos clubes. À direita, Cardoso (e) é homenageado por Jorge ‘Borboleta’


Numa descontraída cerimônia na manhã de domingo (14) — que contou com a presença do Diretor Regional da FBVA, Francisco Esteves — representantes dos diversos clubes de antigomobilismo presentes foram homenageados pelo presidente da AVA-JF, Jorge Levy ‘Borboleta’. Momento emocionante foi a homenagem especial feita a Antônio Cardoso, de 80 anos, que como em edições anteriores, foi rodando de Petrópolis – RJ distante 120 km de Juiz de Fora em seu Candango 1961. Com tração 4X4, o utilitário DKW não tem a velocidade como seu ponto forte.
— Saí de casa às cinco da manhã e cheguei aqui às sete e meia. O segredo é ter paciência — nos contou.

A galera se divertiu!


Particularmente animada e prestigiada este ano foi a festa de confraternização, que aconteceu na noite de sábado (13), no salão da Associação Portuguesa. A banda Omega 4 arrasou e não deixou ninguém parado, com repertório bem eclético de hits nacionais e estrangeiros dos anos 1960 aos 90.

No ano em que completa 18 anos, o evento foi dedicado a um dos mais importantes nomes do movimento antigomobilista nacional. Fundador da Federação Brasileira de Veículos Antigos e curador no Museu Nacional do Automóvel, de Brasília – DF, José Roberto Nasser morreu em novembro passado, aos 72 anos. Nasser foi um grande amigo e incentivador da AVA-JF.


GALERIA DE IMAGENS


Texto: Fernando Barenco
Fotos e edição: Fátima Barenco e Fernando Barenco

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