Repórter Maxicar

Citroën: 100 anos de uma marca movida pela inovação

Traction Avant, 2CV e DS, Méhari… Conheça os seus modelos clássicos mais marcantes e revolucionários

Em junho de 2019 a Citroën completou um século. Inspirado pela filosofia de Henry Ford, o francês André Citroën — tão visionário quando o construtor americano de automóveis — levou para a Europa aqueles inovadores conceitos, depois de uma visita à fábrica da Ford, em Detroit, nos idos dos anos 1910.

A data do centenário é contada a partir da venda do primeiro exemplar do modelo de estreia da Citroën, o 10 HP Type A. Ele foi também o primeiro automóvel popular francês, produzido no sistema de linha de montagem, como o concorrente americano.

Ao longo de um século, a Citroën lançou nada menos que 300 modelos e alguns deles deixaram definitivamente sua marca na história da indústria automobilística mundial e serão lembrados para sempre pela ousadia e inovação. Uma empresa que sempre teve como lema ‘pensar fora da caixa’.

10 HP Type A 1919
Foi o carro de estreia da Citroën. Fabricado entre 1919 e 1921, André Citroën buscou inspiração na filosofia do americano Henry Ford para produzi-lo. Um carro popular, o primeiro fabricado em larga escala na França. Vendeu mais de 24 mil.

5 HP Type C
O sucessor do 10 HP foi lançado em 1922, inicialmente apenas na cor verde limão. Logo ganhou o apelido de ‘Petite Citron’ (limãozinho). A versão roadster tinha um estranho ‘banco da sogra’ em forma de folha de trevo.

Traction Avant
Composta por uma gama de modelos iniciada com o Type 7 em 1934, o Traction Avant representou uma verdadeira revolução na indústria automotiva. Foi o primeiro carro com tração dianteira. Além disso, contava com estrutura monobloco de piso plano, suspensão independente e freios hidráulicos nas quatro rodas. Em 23 anos vendeu 760.000 unidades.

TUB/TUC
A sigla significa Transport Utilitaire Serie B/C. Foi o primeiro furgão com tração dianteira, a exemplo do automóvel Traction Avant.  E as inovações não param aí: tinha porta lateral deslizante (em 1939!), acesso também por trás ou pela cabine, que era avançada. Detalhes empregados na versão mais famosa, o Type H, fabricado entre 1947 e 1981 e que vendeu quase 500 mil unidades (também na foto).

2CV
Com seu motor de 2 cilindros refrigerado a ar e pesando apenas 500 quilos, o 2CV é diferente de tudo o que já se produziu em termos de automóvel (exceto pelo Dayane, da própria Citroën). Basta olhar para ele. É famosa a história de que foi encomendado aos projetistas um carro barato para o meio rural que pudesse “carregar quatro pessoas e 50 kg de batatas e ser estável o suficiente para transportar com segurança uma embalagem de ovos sem quebrá-los.” Fabricado entre 1948 e 1990 vendeu nada menos que 5 milhões de unidades.

DS
Apresentado ao público no Salão do Automóvel de Paris de 1955, vendeu lá mesmo 120 mil unidades. Seu excêntrico e aerodinâmico visual, logo lhe rendeu o apelido de ‘boca de sapo’. Suspensão hidropneumática, freios a disco (pela primeira vez em um automóvel de série), câmbio automático e faróis direcionais foram algumas das suas novidades tecnológicas. A produção foi encerrada em 1975. Havia também uma versão de acabamento mais simples, batizada de ID.

AMI 6
De qualquer posição que se olhe, é um dos carros mais estranhos que a Citroën já produziu. Mas, sua principal característica — a janela traseira de ângulo invertido — não foi uma mera maluquice do projetista. O objetivo foi aumentar o espaço interno e o porta-malas. Mas suas linhas fora do comum não o impediram de vender mais de 1 milhão de unidades entre 1961 e 1969.

Méhari
Esse bem transado jipinho para quatro passageiros foi pensado tanto para uso no trabalho quanto no lazer. Sua grande inovação foi a própria carroceria: 100% plástico ABS já colorido. Ou seja, dispensava pintura e era a prova de arranhões ou outros pequenos acidentes. Além da óbvia vantagem de não enferrujar, podia ser lavado por dentro. Sem capota, virava uma pick-up. Produzido de 1968 a 1987, foi parar nas mãos de 143 mil felizes proprietários.

M35
Ele nunca foi colocado a venda, de fato. Foi um protótipo baseado no AMI 8, com produção de exatos 267 exemplares numerados, que foram entregues aos cuidados do mesmo número de clientes escolhidos a dedo e que deveriam rodar em um determinado período pelo menos 30 mil km. O objetivo era testar o motor rotativo Wankel e sua suspensão hidropneumática. Isso aconteceu entre 1969 e 1971.

SM
Da parceria com a Maseratti, nascia em 1970 um dos mais incríveis modelos da Citroën de todos os tempos. Com linhas aerodinâmicas, o coupê esportivo de luxo vinha equipado com poderoso motor V6 fornecido pela fabricante italiana de superesportivos e câmbio de 5 marchas. Continha também todas as inovações do DS, além do visual bastante semelhante.

Helicóptero RE2
Pois é! Além de automóveis, a Citroën já fabricou caminhão, ônibus, trator e até… um helicóptero. O protótipo utilizava o motor rotativo Wankel produzido pela Comotor, resultado da parceria entre a Citroën e a alemã NSU. O RE2 fez seu primeiro vôo em 1975, mas o projeto de conquistar os ares acabou sendo abortado.


Texto e edição: Fernando Barenco

 

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