Repórter Maxicar

60 anos de lançamento do Romi-Isetta – Parte 3

PARTE 3

60 anos de lançamento do Romi-Isetta

- 25 E 26 DE MARÇO -
Carros, motos, decorações, miniaturas, peças, ferramentas e literatura
(24) 2243-2876 / 98856-2876

O primeiro carro de passeio fabricado no Brasil

Juscelino
Juscelino Kubitschek a bordo de um Romi-Isetta na Caravana da Integração Nacional. Brasília, 1960

O fim de uma era

[dropcap]M[/dropcap]uito se especula sobre o fim da produção do Romi-Isetta; até mesmo teorias conspiratórias – falsas – envolvendo as multinacionais instaladas no Brasil, ou até mesmo o Geia, são recorrentes entre colecionadores e até na imprensa. Em 1960, novos produtos na efervescente indústria brasileira traziam concorrência e frescor ao crescente mercado consumidor de automóveis. O país já contava, além da Romi, com modelos fabricados pela Vemag, Volkswagen, Simca, Willys, Toyota e FNM, numa indústria que alcançava crescente volume de produção local. Assim, com as evidentes qualidades do Romi-Isetta ainda atuais, seu ciclo natural de vida se aproximava do fim. Deste modo, o Romi-Isetta teria sua produção planejada para até o início de 1961, com a formação de estoques suficientes para comercialização do modelo até o fim daquele ano. No dia 13 de abril de 1961, o último Romi-Isetta – um exemplar branco e amarelo-limão – deixou a linha de montagem, como planejado. Foi despachado no dia 1o de dezembro de 1961 para venda pela Premier Importação e Exportação, em São Paulo.

VW Kombi 1973
R$ 150.000,00

R$ 45.000,00

R$ 48.900,00

R$ 120.000,00

BMW 740i 1997
R$ 95.000,00

BMW 2002 Tii 1972
R$ 220.000,00

FNM 2000 JK 1963
R$ 190.000,00

Ford Verona GLX 1.8
R$ 30.000,00

Ford Escort XR3 1992
R$ 29.900,00

Mercedes-Benz 280S 1971
R$ 150.000,00

Linha de montagem (Foto: Fundação Romi)
Linha de montagem   (Foto: Fundação Romi)

Carlos Chiti fez, em 2006, uma panorâmica radiografando a experiência com o Romi-Isetta: “Tínhamos razão quando quisemos entrar na produção de automóveis, pensando num carro de modestas proporções e reduzido consumo de combustível. O que se vê hoje senão carros mais compactos e uma preocupação cada vez maior com a questão da gasolina, do petróleo, da busca de soluções alternativas? Cinquenta anos atrás, estávamos avançando no tempo”.

O Romi-Isetta, afinal, entrava para a História brasileira como pioneiro de uma indústria que, em 1961, já havia redesenhado a paisagem brasileira.

 __________ 

Dados Técnicos

Modelo → Romi-Isetta motor Iso – 1956 a 1958 ↓ Romi-Isetta motor BMW – 1959 a 1961

MOTOR

Construção → Bloco e cabeçote em alumínio Bloco e cabeçote em alumínio
Posição → Central entre eixos, transversal Central entre eixos, transversal
Tipo → Ciclo de dois-tempos, dois-cilindros, com câmara de combustão comum Ciclo de quatro-tempos, um-cilindro
Combustível → Gasolina Gasolina
Câmara de combustão → Hemisférica Hemisférica
Cabeçote → Em alumínio Em alumínio, com válvulas em V, fluxo cruzado (cross-flow)
Diâmetro dos cilindros → 48 mm 72 mm
Percurso do pistão → Pistão dianteiro: 64,3 mm; Pistão traseiro: 66 mm. 73 mm
Deslocamento → 236 cm3 298 cm3
Potência máxima → 9,5hp a 4500 rpm 13hp a 5200 rpm
Torque máximo → 14kg.f a 4200 rpm
Taxa de compressão → 6,5:1 7:1
Carburação → Dell’Orto uc 24 b Bing 1/22
Lubrificação → Separada, por bomba mecânica de curso variável, acionada por engrenagem Por circulação de óleo sob pressão
Refrigeração → Forçada a ar, por turbo ventilador Forçada a ar, por turbo ventilador

 

TRANSMISSÃO E CÂMBIO

Câmbio → 4 marchas à frente e uma à ré; caixa em alumínio 4 marchas à frente e uma à ré; caixa em alumínio
Embreagem → Discos múltiplos em banho de óleo, trabalhando a 0,46 da velocidade do motor Monodisco a seco
Transmissão → Eixo transversal articulado por borrachas; transmissão final por corrente sólida dúplex regulável trabalhando em banho de óleo, em caixa fechada em alumínio, sem diferencial Eixo transversal articulado por borrachas; transmissão final por corrente sólida dúplex regulável trabalhando em banho de óleo, em caixa fechada em alumínio, sem diferencial
Reduções e velocidades → Primeira velocidade: 22,86:1 (0,226) – 20 km/h
Segunda velocidade: 13,15:1 (0,392) – 35 km/h.
Terceira velocidade: 7,98:1 (0,648) – 55 km/h
Quarta velocidade: 5,17:1 (1,000) – 85 km/h
Primeira velocidade: 10.95:1 – 23 km/h
Segunda velocidade: 5,17:1 – 45 km/h
Terceira velocidade: 3, 54:1 – 65 km/h
Quarta velocidade: 2,70:1 – 85 km/h
Redução (marcha à ré) → 0,234 12,15:1
Relação final de redução → 2,31:1 = 13:30 dentes 2,31:1 = 13:30 dentes

SUSPENSÕES

Dianteira → Independente, em alumínio, com braços oscilantes em aço. Molas helicoidais horizontais. Amortecedores de fricção. Independente, em alumínio, com braços oscilantes em aço. Molas helicoidais verticais. Amortecedores hidráulicos telescópicos.
Traseira → Eixo rígido de bitola reduzida, braço oscilante blindado, apoiado sobre dois feixes de molas quarto-elípticas.
Amortecedores hidráulicos telescópicos inclinados
Eixo rígido de bitola reduzida, braço oscilante blindado, apoiado sobre dois feixes de molas quarto-elípticas.
Amortecedores hidráulicos telescópicos inclinados
Rodas → De aço estampado, com aros em duas peças desmontáveis. Diâmetro: 10 polegadas De aço estampado, com aros em duas peças desmontáveis. Diâmetro: 10 polegadas
Pneus → 4,50 x 10 4,50 x 10
Freios → Tambor de 7 polegadas de diâmetro, hidráulico nas quatro rodas. Superfície de frenagem: 325 cm2 Tambor de 7 polegadas de diâmetro, hidráulico nas quatro rodas. Superfície de frenagem: 325 cm2
Direção → Por meio de volante com caixa de redução em alumínio. Coluna articulada, fixada na porta, tendo abertura conjunta Por meio de volante com caixa de redução em alumínio. Coluna articulada, fixada na porta, tendo abertura conjunta

SISTEMA ELÉTRICO

Voltagem → 12 V, alternador 12 V, gerador
Potência → 130 W
Bateria → 12 v – 24 A/h 12 v – 24 A/h
Vela → Marelli cw 240 b, 14 mm Bosch W 240 T 1

CHASSIS E CARROCERIA

Chassis → Estrutura tubular em aço, trapezoidal Estrutura tubular em aço, trapezoidal
Carroceria → Em chapa de aço de 8/10 mm; Pára-brisa de vidro temperado, janelas laterais e janela posterior de chapa acrílica, quebra-vento regulável. Teto solar. Em chapa de aço de 8/10 mm; Pára-brisa de vidro temperado, janelas laterais e janela posterior de chapa acrílica, quebra-vento regulável. Teto solar.

DIMENSÕES, PESO E CONSUMO

Comprimento → 2285 mm 2285 mm
Largura máxima → 1380 mm 1380 mm
Altura → 1340 mm 1340 mm
Entre-eixos → 1500 mm 1500 mm
Bitola dianteira → 1200 mm 1200 mm
Bitola traseira → 520 mm 520 mm
Peso → 350 kg 350 kg
Carga útil → 230 kg 230 kg
Consumo de combustível → 25 km/l 25 km/l
Velocidade máxima → 85 km/h 85 km/h

Principais diferenças entre os modelos produzidos no Brasil

romi_isetta_3_41956-1958 (modelo Iso)

  • Motor e caixa de câmbio Iso.
  • Suspensões dianteiras com molas horizontais e amortecedores de fricção.
  • Tampas de combustível e óleo cobertas por uma capa metálica em forma de “bolha”.
  • Aberturas do capô para a refrigeração do motor verticais, estilo “guelra de tubarão”.
  • Painel: de formato triangular de estilo retilíneo e velocímetro de cor dourada. Marca Isetta em relevo, no centro do conjunto. Luzes-espia: faróis altos e carga de bateria. Luz de cortesia acionada por interruptor no lado direito do painel
  • Volante de direção com dois raios, de cor preta ou marfim.
  • Alavancas de pisca-pisca e faróis instaladas no lado esquerdo do painel.

1956

  • Faróis em posição baixa, integrados aos pára-lamas.
  • Faroletes e Indicadores de direção (pisca-pisca) sobre os faróis.
  • Pára-lamas dianteiros “curtos”.
  • Rebaixo na carroceria para encaixe do suporte de placa traseiro.
  • Porta dianteira minimamente mais estreita em relação aos demais anos.
  • Suporte de placa dianteiro instalado em posição levemente mais baixa em relação aos demais anos

1957

  • Faróis acima dos pára-lamas, nas laterais e abaixo dos quebra-ventos.
  • Faroletes e indicadores de direção (pisca-pisca) sobre os faróis.
  • Pára-lamas dianteiros “longos”, alinhados ao batente inferior da porta.

1958

  • Faróis acima dos pára-lamas, nas laterais e abaixo dos quebra-ventos.
  • Faroletes e indicadores de direção (pisca-pisca) sobre os faróis.
  • Pára-lamas dianteiros “curtos”.

1959-61 (modelo BMW)

  • Motor e caixa de câmbio BMW.
  • Suspensões dianteiras com molas verticais e amortecedores telescópicos hidráulicos.
  • Tampa de combustível cromada, exposta e com a marca Romi-Isetta gravada no corpo.
  • “Nariz” na parte posterior da carroceria, para ingresso de ar ao carburador
  • Aberturas do capô para a refrigeração do motor horizontais, estilo “persiana”.
  • Painel: de formato triangular de estilo curvo e velocímetro de cor branca. Luzes-espia: faróis altos, carga de bateria e pisca-pisca.
  • Faróis acima dos pára-lamas, nas laterais e abaixo dos quebra-ventos.
  • Faroletes instalados dentro do bloco ótico
  • Indicadores de direção (pisca-piscas) centralizados nas laterais, abaixo das janelas centrais.
  • Todos os vidros ligeiramente menores que os do modelo Iso.
  • Borrachas dos vidros mais largas em relação ao modelo Iso.
  • Alavancas de pisca-pisca e faróis na coluna de direção

1959

  • Direção de três raios, bege.
  • Cano curto de abastecimento de óleo.
  • Carenagem do motor com as letras BMW.

1960

  • Direção de dois raios, bege.
  • Cano longo de abastecimento de óleo.
  • Carenagem do motor sem as letras BMW.

1961

  • Direção de dois raios, bege.
  • Cano longo de abastecimento de óleo.
  • Carenagem do motor sem as letras BMW.

[box] Matéria publicada em três capítulos. Confira também: 

Primeira parte  e  Segunda Parte

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Texto: ©Eugenio Chiti / Fundação Romi 
Fotos: Acervo Fundação Romi e reproduções

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