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A bordo de um Fusca “split-window” rumo à Patagônia

Dois jovens de Horst e Elmshorn, na Alemanha, ousam realizar esta aventura a bordo de um VW 1952

“Assim devagar começa a formigar. Por mim a aventura poderia começar já”, diz Torsten Mathias Schmitz ao ser entrevistado em 22.03.2008 por um jornal de Elmshorn. Embora o jovem de 29 anos da cidade de Horst tenha retornado em dezembro de 2007 de uma viagem de um ano pela Austrália, a emoção pela nova aventura já se fazia presente. Assim foi muito fácil ficar fascinado pela idéia de seu amigo Dirk Lutz Werner Dahmer, viajar pela Pan-Americana.

Dirk Dahmer (esquerda) e Torsten Schmitz, ainda na Alemanha, com uma grande empreitada à sua frente

“Há muito tempo tenho sonhado como viajar por esta estrada. E agora isto será feito”, disse Dahmer naquela oportunidade. Para poder realizar o sonho de sua vida, o fotógrafo de 36 anos de idade demitiu-se do bom trabalho que tinha numa agência de propaganda de Elmshorn.

A bordo de um Fusca, com 56 anos de idade e 30 HP de potência, eles se preparam para enfrentar a Rodovia Pan-Americana. Na bagagem eles levam um notebook, celular, câmeras fotográficas e algumas peças de reserva para este valente veículo antigo.

Schmitz, porém, é um mecânico freelancer especializado em carrocerias e mecânica de veículos, portanto estava livre para a aventura.

O percurso demandaria um ano, segundo estimativas iniciais. Mas eles não quiseram se fixar num prazo definido quando iniciaram a aventura.

Esta viagem é um grande desafio não somente para os dois aventureiros das cidades alemãs de Horst e Elmshorn. Para sua viagem eles não escolheram nenhum veículo tipo “fora de estrada” moderno. O carro escolhido foi um Fusca fabricado em 1952, com um motor de 30 HP (um pouco mais moderno do que o original, mas ainda da década de 50) e contando com aproximadamente 99.000 quilômetros no odômetro.

“Erbse” – Ervilha —, antes de ser preparado para a grande viagem

Em março de 2008 Dirk comentou: “Dirijo este Fusca, aliás, o ‘Erbse’ – ervilha em português —, nestes últimos sete anos, durante os quais ele nunca me deixou na mão. Na realidade ele ainda não teve que percorrer um tour tão longo, não estivemos a mais de 1000 quilômetros longe de Elmshorn”.

O início da aventura foi no fim de maio de 2008. O Fusca foi embarcado no dia 2 de maio, no porto alemão de Bremerhaven, num navio tipo Ro-Ro (roll in, roll off) com destino ao porto de Tacoma — perto de Seattle —, Estado de Washington, Estados Unidos. A viagem levou quatro semanas. Os dois “Fusconautas” voaram no fim de maio para Seattle para recepcionar o carro alguns dias depois, e partiram para a aventura.

A partir da Baia de Prudhoe no norte do Alasca até Ushuaia, a cidade mais ao sul da Argentina, que é a capital da província da “Tierra del Fuego”, Dirk Dahmer e Torsten Schmitz viajarão por mais de 25.000 quilômetros da famosa Rodovia Pan-Americana, atravessando florestas, montanhas, estepes, planaltos e desertos.

A Pan-Americana é um Sistema de Rodovias, que – com poucas lacunas – liga o Alasca até a Terra do Fogo, conectando assim toda a extensão do Continente Americano. A rede de rodovias tem, no comprimento maior da ligação norte-sul, 25.750 quilômetros.

Chegando ao destino, segundo o planejamento original, eles subirão a costa argentina até Buenos Aires para lá embarcar o Fusca de volta para a Alemanha.

Mas em um contato comigo, Alexander Gromow, feito pelo chat do Skype em 9 de junho de 2009 – quando ambos se preparavam para partir de Santa Fé de Bogotá, na Colômbia, para continuar a viagem, foi levantada a possibilidade da viagem ser estendida até São Paulo, com paradas pelo caminho. Esta ampliação de percurso dependerá do apoio que os dois poderão receber de fuscamaníacos e empresas brasileiras.

Com um acessório de época os bancos dianteiros do carro permitem que o “Ervilha” vire dormitório

Os viajantes não puderam levar muita bagagem, pois o espaço no Fusca é restrito. Há espaço no bagageiro e algum espaço no interior do carro, mas eles deram um jeito nesta limitação.
Ao lado de roupas os dois estão levando equipamento para acampar.

“Nós poupamos para esta viagem, mas o nosso caixa não está tão recheado assim, e não dá para ficar por um ano pernoitando em hotéis. Conforme as possibilidades que se apresentem pretendemos acampar e até pernoitar no carro”,esclareceu Torsten Schmitz. Por isso mesmo os dois se alegram muito por qualquer apoio e patrocínio que possam receber durante seu périplo.

Já antes da partida eles receberam ofertas de pernoite no caminho, e foi assim na Colômbia onde eles ficaram alguns dias hospedados por Rodrigo Kurmen Figueroa, presidente do VW Club de Colombia.

Dirk Dahmer, que é fã de Fuscas, não tem medo que o motor do carro possa apresentar um problema grave. Mas em todo o caso, eles trouxeram algumas peças de reserva para o Fusca ancião. Ambos esperam não ter que usá-las, mas bobina de ignição, correia da ventoinha, e cabos para o sistema de freios (este carro ainda não tem freio hidráulico!) fazem parte do pacote de peças.

Os potentes faróis de milha, um oferecimento da Hella, indicam que o carro foi transformado para 12V

 

Para manter a sua família e amigos a par dos acontecimentos Dirk Dahmer e Torsten Schmitz estão relatando suas experiências regularmente em sua página de Internet (em alemão), cujo endereço é www.panamericana-im-alten-vw.de.

Dirk Dahmer esclareceu que, para poder alimentar as baterias do celular e do notebook, a tensão do carro foi alterada de 6V para 12V, com isto, estes aparelhos podem ser recarregados a partir do acendedor de cigarros que foi instalado.

Para contornar problemas de comunicação durante a viagem, Dirk Dahmer estudou espanhol por um ano e meio. Assim ele espera poder ao menos se comunicar razoavelmente. Com isto fica claro que ele tinha uma firme intenção de realizar esta aventura, tendo estudado este idioma antes mesmo de ter a presente viagem definida. Para ele isto era um pré-requisito.

O casal Jasmin e Dirk temporariamente separados por um sonho de aventura do Dirk

Embora Torsten Schmitz não seja comprometido, Dirk Dahmer deixou sua companheira, Jasmin, na Alemanha. Conforme Dirk esclareceu, ela deu seu apoio integral a esta empreitada, tendo participado dos preparativos desde o início. Ao ser perguntada sobre o que achava do plano ela prontamente respondeu: “Faça a viagem!”

Agora os intrépidos “Fusconautas” estão em algum lugar entre a Colômbia e o Peru, enfrentando estradas mais rudes do que aquelas do hemisfério norte e o valente Fusca Vintage vai abrindo caminho rumo à Patagônia…

A sua passagem pelo México foi registrada no fim de março de 2009 por um canal de televisão local. O vídeo foi refilmado e colocado no YouTube para que pudesse ser apresentado aos leitores: www.youtube.com/watch?v=cLz9JT6mGAA

Já a passagem pela Colômbia foi registrada por Rodrigo Kurmen Figueroa e pode ser vista no box a seguir.

No final deste artigo, uma entrevista exclusiva com os dois aventureiros.

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Passagem dos “Fusconautas” pela Colômbia
Relato de Rodrigo Kurmen Figueroa

Rodrigo, na qualidade de Presidente do Volkswagen Club de Colombia, “recebeu o bastão” de Heini Wanke que acompanhou os viajantes na Cidade do México, organizou a passagem dos dois por Medellín, foi o anfitrião dos deles em Bogotá e estabeleceu os contatos posteriores com o pessoal do Equador. Rodrigo reporta (original em espanhol).

Do Alasca ao México

Depois de passarem pelo Alasca, onde o percurso se iniciou, e terem descido os Estados Unidos, eles chegaram ao México em março de 2009, onde foram recebidos por Heini Wanzke e, finalmente no final de maio recebi um e-mail, com o qual eles informaram que já estavam em Colón, Panamá e que estavam a caminho para embarcar o VW 1952 para Cartagena. Mesmo tendo compartilhado um contêiner, o transporte lhes custou US$ 1.300 (a travessia da Alemanha para os Estados Unidos custou somente US$ 1.800,00). Além disso, eles não foram autorizados a viajar com o VW. “Tiveram que ir para Cartagena de avião e em seguida a papelada de liberação do carro demorou dois dias”.

Chegando a Medellín, Antioquia

Na segunda-feira, primeiro de junho, recebi uma chamada por celular e do outro lado, falando um espanhol muito bom, o Dirk informou que eles já estavam a 10 minutos de Medellín. Imediatamente coordenei com Juan Pablo Ramirez, presidente do Club Volkswagen de la Montaña, que prontamente organizou as boas vindas. Levou-os para a Feira Expomotriz, que estava se encerrando, e foram visitar o escritório de Herman Gutierrez, que é o organizador do Desfile de Clássicos e Antigos da Feira das Flores de Medellín. Foi dada aos viajantes uma pequena amostra da paixão dos locais por veículos antigos e clássicos.

Chegando a Bogotá

Encontro dos viajantes com o Rodrigo Kurmen na estrada entre Medellín e Bogotá

Na terça-feira, dois de junho, eles partiram de Medellín rumo a Bogotá, mas ao chegar a Honda, Tolima, encontraram a estrada fechada para trabalhos na ponte sobre o Rio Magdalena, de modo que eles ficaram à noite neste povoado. No dia seguinte, saíram rumo a Bogotá e finalmente encontraram-se comigo no balão de Sibéria, na estrada de Medellín.

O “Ervilha” ladeado por dois “irmãozinhos” colombianos no encotro do VW Clube da Colômbia

Imediatamente se organizou uma recepção especial para estes visitantes com o comparecimento de várias pessoas do Volkswagen Clube da Colômbia. Durante a quinta e a sexta-feira Torsten e Dirk foram convidados a conhecer alguns lugares especiais em Bogotá, como o Centro Histórico, incluindo a Praça de Bolívar e Candelária.

Também foram apresentadas a eles algumas coleções especiais de fãs de veículos antigos da cidade. No sábado, o Volkswagen Clube da Colômbia realizou a sua reunião chamada VW Nights, na praça da confluência da Rua 116 com a Rodovia Norte, na qual compareceram mais de 70 Volkswagens.

No domingo, dia 7 de Junho Dirk e Torsten foram convidados para uma reunião do BMW Club Colombia, no Sítio Ecológico de Limbalú nos arredores de Bogotá, ao qual acorreram mais de 30 BMW’s.

Vista parcial do encontro do BMW Club Colombia

Na segunda-feira, 8 de junho, eles decidiram ficar em casa, atualizando seu e-mails, já que eles haviam decidido em primeira instância, viajar para Armênia na terça-feira.

Na terça-feira foi organizado um passeio especial com o Volkswagen 1952 de Ricardo Granados, para acompanhar Dirk e Torsten e sua “Ervilha” até La Mesa, Cundinamarca, a 50 quilômetros de Bogotá. É interessante notar que muitos membros do Volkswagen Clube da Colômbia compareceram, trouxeram-lhes presentes de despedida, tiraram as últimas fotos.

Mas oh, que surpresa! Quando da chegada ao balão de Sibéria nós encontramos o caminho fechado devido à Volta Colombiana de Ciclismo, por isso tivemos que voltar para casa.

Cena do cotidiano colombiano: uma oficina especializada em Fuscas

Na quarta-feira, 10 de junho, visitamos a sede da Colwagen S.A. distribuidor autorizado Volkswagen, Audi, Seat e SsangYong para a Colômbia, onde fomos recepcionados de uma maneira muito especial por Otto Franco, Diretor de Marketing desta agência. Eles receberam vários presentes e foram convidados a conhecer as instalações.

Depois do almoço, e com tudo cuidadosamente acomodado no Split Window, saímos com Dirk e Torsten para Flandres, Tolima, aonde chegamos depois das 18h00.

Já na quinta-feira, 11 de junho às 9h00, foi dado o último adeus e na estrada para Espinal foram tiradas as últimas fotos e eles partiram com destino a Armênia, Quindio, aonde foram recebidos por KIKE Llamas, presidente da Federação Nacional de Clubes Volkswagen da Colômbia.[/box]

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ENTREVISTA: Dirk Dahmer e Torsten Schmitz, os “Fusconautas” alemães

Em 17 de junho de 2009, Alexander Gromow, referenciado abaixo como [AG] entrevistou os Fusconautas“ por Skype. Da conversa em alemão resultou o resumo abaixo, que dá uma visão atual dos viajantes que ainda estão em território colombiano, prontos para partir para o Equador.

[AG] Participar de uma aventura destas é um grande sonho para muitas pessoas, mas vocês estão levando este sonho a um ponto alto. Na verdade, como surgiu a vontade de descobrir boa parte do mundo a bordo de um Volkswagen Vintage?

Nós dois já tinhamos em vista fazer uma aventura com um “oldtimer”, pois ambos possuímos carros Volkswagen antigos. O Dirk e eu temos uma Kombi 1960 cada e eu tenho três Fuscas, o Ervilha, um “Mexicano” e outro. A escolha do Ervilha foi feita por razões sentimentais, por ser o mais antigo e por questões de custos. O Fusca gasta menos combustível que a Kombi, respondeu o Dirk. Torsten arrematou: lembro bem, foi num boteco de Hamburgo quando numa conversa a esmo ambos tocaram ao mesmo tempo no assunto de fazer a viagem. Foi uma “explosão” de sentimentos e daí as decisões partiram da vontade para a realização.

Ambos comentaram que esperam que o exemplo deles motive mais pessoas a realmente realizar seus sonhos…

[AG] Como foi feita a escolha da rota para a presente aventura?

Dirk esclareceu: A escolha da Rodovia Pan-Americana como rota desta aventura seguiu um levantamento das reais possibilidades e um balanço de riscos. Uma rota pelos países do antigo bloco soviético ainda apresenta riscos devido à situação política instável. O mesmo ocorre para uma alternativa pela África. A Pan-Americana apresenta, dentre outras, a vantagem de que com dois idiomas, inglês e espanhol, se pode manter a comunicação. Já em outras rotas a demanda por conhecimento de outros idiomas seria maior.

[AG] Partindo do princípio que a primeira parte da viagem, no hemisfério norte, transcorreu em um ambiente mais seguro, qual é a sua estratégia para a América do Sul que pode ter algumas áreas com guerrilheiros ou serem palco de hostilidades contra viajantes?

Falando sobre o tema “segurança nas estradas” Dirk comentou que: no trecho sul-americano as condições encontradas até agora foram boas. A guerrilha na Colômbia não age perto das vias de maior trânsito como é o caso das que formam a Pan-Americana.

No geral eles se sentem seguros através do apoio, até certo ponto inesperado – porém muito bem vindo, que os clubes de Fusca têm dispensado a eles até o momento. Este fato os cerca de atenções que aumentam a sua exposição pública e segurança. Também são mantidos contatos com as famílias na Alemanha e com os conhecidos pela rota.

AAmbos disseram que a viagem deles é pautada pela Paz, eles não levam arma alguma, a não ser a faca de passar manteiga no pão… Até o ponto atual da viagem eles só tiveram um momento de real dificuldade quando eles sofreram uma tentativa de assalto à mão armada, faca no caso, num passeio no Panamá – saíram correndo a pé e se safaram.

[AG] Como que vocês estão garantindo a segurança do material fotográfico que está sendo levantado?

Torsten esclareceu: o montante de informação colhida até o momento entre fotos e apanhados escritos se avoluma a mais de 60 GB e carregar este material na Internet seria algo difícil. Então há cópias no Notebook e em um disco rígido externo. De tempos em tempos blocos de informação são gravados em DVD que depois são despachados para a Alemanha por correio..

Os dois lamentaram que não haja condições de manter o Site da aventura em mais idiomas por uma questão de falta de tempo. Eles têm pena que não conseguem atender às pessoas que falam Inglês e Espanhol, mas o foco deles no momento é a viagem em si.

[AG] O Brasil não é cortado pela Pan-Americana, mesmo assim há algum plano de visitar este país?

Dirk comentou que: sticar a viagem até o Brasil, além do planejamento inicial que é concluir a aventura na Argentina não está fora de cogitação, mas que as condições deles de tempo e recursos, principalmente estes, já estão se esgotando. A estimativa atual é que eles cheguem a Buenos Aires em agosto. O interesse de conhecer o Brasil existe e é grande, mas eles dependeriam de suporte financeiro e logístico para poderem dar esta esticada.

[AG] Foi feito algum contato prévio com clubes de Fusca de localidades que ficam próximas ao seu percurso?

Torsten falou sobre os contatos prévios com clubes de Fuscas: a idéia inicial não contemplava o significativo apoio que eles vêm recebendo por parte de clubes e aficionados da marca VW. Mas houve contato inicial com Heini Wanke do México, Rodrigo Kurmen da Colômbia e daí surgiram mais contatos até de países por onde eles não iriam passar como é o caso da Venezuela..

Para o restante da viagem eles têm alguns contatos no Peru, Chile e Argentina, tanto de clubes como de “civis” que eles conhecem por outros meios. Mas estão interessados em abranger a gama de contatos nestes países.

[AG] Qual e a sensação que se tem ao realizar uma aventura destas a bordo de um Oldtimer Volkswagen?

Dirk disse que: no início da viagem, lá em Seattle, nos Estados Unidos, com o carro carregado, com duas malas grandes de alumínio – colocadas sobre o banco traseiro, cheias de coisas que acabamos nem usando, com dois camburões de gasolina no porta-malas dianteiro, e o carro não alcançando mais do que 80 quilômetros por hora, tivemos a sensação que a viagem não iria muito longe.

Passando um tempo, tendo alijado parte da bagagem desnecessária, visto que o mundo não acabava nos limites de Seattle (a questão da gasolina de reserva para aquele trecho da viagem foi “ridícula” segundo o Torsten), eles foram ganhando mais e mais confiança no Fusca antigo que está se desempenhando muito bem. As sensações de passar desde rodovias de seis pistas até caminhos de terra perdidos pelos rincões de interior são as melhores possíveis. A viagem se transformou no que eles tanto queriam, numa linda curtição a bordo de um pedaço da história automotiva alemã.

[AG] Até agora ocorreram muitas panes mecânicas?

Novamente o Dirk, com alguns palpites do Torsten, assumiu a resposta: o carro saiu da Alemanha como estava; não foi feita uma reforma nem mecânica nem estética. Os problemas que já existiam continuaram a existir no caminho. Assim foi necessário tirar alguns vazamentos de óleo pré-existentes para garantir a vida do motor. De resto foram feitas manutenções de rotina numa viagem deste tipo e decorrentes da quilometragem percorrida. Tais como troca de amortecedores dianteiros e de direção (que havia sido adaptado).

No caminho tudo está transcorrendo muito bem, especialmente considerando-se a idade do carro. Coisas do tipo sobreaquecimento das lonas de freios (fading) em descidas acentuadas não são um problema, eles já desenvolveram uma técnica para fazer paradas que permitem os freios esfriarem. No restante o valente carro está enfrentando as estadas com um bom desempenho, consegue ultrapassar caminhões lentos em subidas e nas auto-estradas não fica empatando o trânsito. Eles até lembraram de uma propaganda antiga de Fuscas na Alemanha que dizia:

Der Käfer? Er läuft, und läuft, und läuft, und läuft, und läuft, und läuft… O que quer dizer: O Fusca? Ele anda, e anda, e anda, e anda, e anda, e anda…

[AG] Quantos pneus foram gastos até agora?

Torsten comentou: o desempenho dos pneus do tipo intermediário para inverno está excelente. Ainda estão com o primeiro rodado de pneus da marca Vredstein. Tiveram somente que tirar um pneu dianteiro e colocá-lo no estepe, pois a deficiência num amortecedor, que foi trocado, acabou por provocar um desgaste irregular. Os pneus agora estão em perfeitas condições para o restante da viagem.

[AG] Algumas palavras para o Fuscamaníacos brasileiros?

Ambos comentaram estar contentes por saber que muitas pessoas estão acompanhando a viagem deles. Ficaram felizes ao saber que agora muitos brasileiros irão se unir a este grupo que “viaja com eles”. Estão muito motivados para levar a viagem até o final e torcem para que haja condições de fazerem uma incursão por terras brasileiras.

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Alexander Gromow

Ex-Presidente do Fusca Clube do Brasil. Autor do livro EU AMO FUSCA e compilador do livro EU AMO FUSCA II. Autor de artigos sobre o assunto publicados em boletins de clubes e na imprensa nacional e internacional. Participou do lançamento do Dia Nacional do Fusca e apresentou o projeto que motivou a aprovação do Dia Municipal do Fusca em São Paulo. Lançou o Dia Mundial do Fusca em Bad Camberg, na Alemanha. Historiador amador reconhecido a nível mundial e ativista de movimentos que visam à preservação do Fusca e de carros antigos em geral. Participou de vários programas de TV e rádio sobre o assunto. É palestrante sobre o assunto VW com ênfase para os resfriados a ar. Foi eleito “Antigomobilista do Ano de 2012” no concurso realizado pelo VI ABC Old Cars.

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