Conversíveis foram construídos do zero, ao longo de seis anos, com orientações do Museu Histórico Alfa Romeo
Dois colecionadores brasileiros realizaram a façanha de recriar dois exemplares de um icônico protótipo italiano de corrida: o Alfa Romeo Disco Volante. As réplicas foram produzidas artesanalmente por Edgar Bortolini e Wanderley Natali, do Rio Grande do Sul, a partir de orientações do próprio Museu Histórico Alfa Romeo, que tem sede em Arese.
Construídos do zero
Um dos exemplares é o Disco Volante C52 1900 Spider 1952 — a primeira versão — o outro é o Disco Volante Fianchi Stretti, de 1953. Foram construídos de forma totalmente artesanal ao longo dos últimos seis anos, empregando as mesmas técnicas e padrões da época. Fãs da Alfa Romeo, os colecionadores já haviam restaurado diversos carros da marca, mas essa foi a primeira experiência na recriação do zero.
“A ideia de recriar esses modelos surgiu em 2018. Os veículos foram confeccionados simultaneamente ao longo de 6 anos e, ao todo, cada um dos carros levou mais de mil horas para ser concluído. Essa foi uma forma de demonstrarmos nossa admiração aos projetistas desses carros que representam o espírito da Alfa Romeo e o design italiano”, conta Bortolini.
A estreia da dupla
Cartaz de divulgação da mostra
As duas recriações foram exibidas pela primeira vez no último final de semana — 27 e 28 de junho — no Shopping Boulevard Laçador, em Porto Alegre, numa exposição em homenagem aos 115 anos da Alfa Romeo, que foi organizada pelo Veteran Car Club do Brasil – RS.
Não por acaso, os dois ficaram posicionados em frente ao antigo avião Douglas DC-3. É que foi numa aeronave como essa que o primeiro Disco Volante C52 1900 embarcou em 1952 no aeroporto de Milão, rumo ao Salão Internacional do Automóvel de Nova York.
Sobre o Alfa Romeo Disco Volante
Disco Volante Spider original, do Museu Histórico Alfa Romeo
O Disco Volante C52 1900 foi desenvolvido em parceria com a Carrozzeria Touring, de Milão. Foi o primeiro modelo da Alfa Romeo com carroceria monobloco, mas com reforço de longarinas laterais.
Seu formato inusitado, com asas salientes e arredondadas sobre os paralamas fazia com que parecesse uma nave espacial. Daí a adoção de seu nome. O design foi o resultado de grandes estudos aerodinâmicos, utilizando túnel de vento.
O motor era o mesmo 4 cilindros twin-cam do Sprint 1900, mas em liga de alumínio, dois carburadores de corpo duplo e taxa de compressão ajustada de 7,7 para 8,7:1, aumentando a potência original de 100 para 158 cv. Motor dianteiro longitudinal com tração traseira e caixa de câmbio de quatro velocidades.
Ao todo foram produzidos cinco exemplares do Disco Volante. Inicialmente três em 1952, todos na versão Spider com a mesma configuração mecânica descrita acima. No ano seguinte um deles foi transformado em Coupê e outro perdeu os paralamas envolventes, ganhando o apelido de “fianchi stretti” (“quadris estreitos”, em Português).
Disco Volante Coupê original, do Museu Histórico Alfa Romeo
Os dois últimos foram produzidos em seguida, com carroceria Spider, mas com motor de 6 cilindros de 3.495 cc com bloco de ferro fundido, o mesmo que equipava o Alfa Romeo 6C 3000 CM.
Atualmente, os protótipos Spider e Coupê de 1952 fazem parte do acervo do Museu Histórico Alfa Romeo. O Fianchi Stretti Spider, permanece em exibição no Musée National de l’automobile em Mulhouse, na França. E o único Spider de seis cilindros sobrevivente pertence ao Museo Nazionale dell’Automobile em Turim, Itália.
Redação: Fernando Barenco
Com informações e fotos de Boulevard Laçador e Alfa Romeo Classiche
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