COBERTURA! 10º Encontro Brasileiro de Autos Antigos – Águas de Lindóia, SP

E lá se vão 10 edições…

Confira alguns destaques, incluindo os três ganhadores do prêmio máximo “Best in Show”

A meca do antigomobilismo brasileiro sediou no feriadão de Corpus Christi — de 19 a 22 de junho — o 10º Encontro Brasileiro de Autos Antigos. Mas para os antigomobilistas “mais rodados”, o maior evento do gênero do Brasil é bem mais antigo. É que durante 17 anos Águas de Lindóia sediou o Encontro Paulista de Autos Antigos. No momento em que esse  atual evento completa 10 edições é sempre bom lembrar que foi aquele pioneiro que projetou a estância turística do interior de São Paulo no cenário nacional e sul-americano. Então, para muitos, é como se o “encontro de Águas de Lindóia” nunca tivesse mudado e ainda hoje fosse aquele mesmo que teve sua primeira edição lá atrás, em 1997.

E depois de tanto tempo é incrível perceber que esse megaencontro de veículos antigos ainda tem fôlego para crescer. De acordo com a organização a expectativa era de receber um público de 500 mil pessoas, número possivelmente alcançado. Lembrando que a cidade possui apenas 18 mil habitantes e área total de 61 km². Como é possível caber tantos turistas?

Não temos o dado oficial, mas o número de veículos inscritos — somados os em exposição e os à venda — certamente alcançou os mil, como tem acontecido nos últimos anos.

Confira alguns destaques do 10º Encontro Brasileiro de Autos Antigos

Cadillac Type 55 1917 e Peugeot Fréres Lyon VA 1906

• Anciãos – Até por uma questão de respeito, vamos começar comentando sobre os mais antigos. E bota antigo nisso! É o caso do Cadillac Type 55 1917 que pertence ao acervo do Dream Car Museum – de São Roque e que levou o troféu de destaque na categoria Vintage e Pós-Vintage.
  Ainda mais antigo, o francês Peugeot Fréres Lyon VA 1906 — um dos únicos do mundo — tem motor monocilíndrico de apenas 6 hp.

Amphicar 770 1962 e o brasileiro Concorde

• Amphicar 770 1962 – Premiado na categoria Contemporâneos I, esse curioso carro anfíbio produzido na Alemanha pôde ser visto navegando à vontade no lago da Praça Adhemar de Barros, para o deleite dos visitantes. Em edições passadas, outro anfíbio, o Volkswagen Schwimmwagen remanescente da II Guerra Mundial fazia sucesso em Águas de Lindóia.

• Concorde – Não estamos falando do avião supersônico, mas sim de um fora-de-série brasileiro dos anos 1970/80, cuja produção oficial foi de apenas 13 unidades, todas ligeiramente diferentes entre si. O chassi e mecânica V8 eram herdados do Ford Galaxie. Esse exemplar premiado no 10º Encontro Brasileiro de Autos Antigos foi encontrado pela família de seu criador, o empresário João Storani, nos EUA.

Benny e seu Santa Matilde e o pouco conhecido Aurora

• Outros Foras-de-Série – Por falar neles, estiveram entre os premiados um modelo famoso, o Santa Matilde 4.1 1981, pertencente a Benny Binhas, um colecionador desse esportivo que era produzido em Três Rios – RJ; e um pouquíssimo conhecido (já tinha ouvido falar?) Aurora 122C 1990, cujo design foi inspirado na mítica Ferrari F40. Seu motor central é o 2.0 do Chevrolet Monza, só que turbo e com cilindrada aumentada para 2.184cc.

Dodge Super Bee A12 1969, Chrysler Imperial Custom Sedan 1959 e DeSoto Adventurer 1960

• Chrysler 100 anos – Um capítulo à parte foi a homenagem ao centenário da Chrysler e suas marcas. Entre os muscle cars dos anos 1960/70, destaque para o Dodge Super Bee A12 1969, cuja produção foi de apenas 1.907 unidades. Esse é o único do Brasil. Forte presença da extinta e luxuosa Imperial, com vários exemplares, com destaque para a dupla de 1959. No entanto, foi o DeSoto Adventurer 1960 que levou o prêmio dessa mostra especial.

Ford Galaxie 500 norte-americanos

• Ford Galaxie – Para os fãs do Ford Galaxie, dois magníficos exemplares da matriz norte-americana, em versões que infelizmente nunca tivemos aqui no Brasil: um 500 Conversível e um Hardtop Coupê, ambos produzidos em 1966.

Um time de Studebakers modificadas, Ford F100, Chevrolet C-14 e Chevrolet El Camino

• Picapes – Como em edições anteriores, o 10º Encontro Brasileiro de Autos Antigos teve uma grande participação de picapes e furgões. De marcas como Studebaker (leia-se Ferreti), Ford, Dodge e Chevrolet. Ao lado de uma Ford F100 Twin-I-Beam 1966 norte-americana, nossa Chevrolet C-14 do mesmo ano fez um bonito papel. E o que dizer dessa Chevrolet El Camino 1959, baseada no Impala?

Joagar 1960, Cadillac Ambulância 1966 e Karmann-Ghia Porsche Dacon

• Joagar – Essa criação de 1960 do mecânico e inventor de Jaboticabal – SP  Joaquim Garcia (vem daí o nome da picape) foi o último protótipo de uma série de nove modelos e é o único sobrevivente e foi restaurado pelo neto de seu criador em 2019. Contamos essa história em detalhes, aqui no Maxicar.

• Cadillac Ambulância 1966 – Essa é para os fãs de viaturas. As ambulâncias Cadillac eram produzidas por empresas especializadas que compravam da GM o conjunto mecânico zero km composto de chassi, suspensão, motor V8 e toda a frente até o parabrisa. Elas eram então “encarroçadas”. A mais famosa dessas fabricantes foi a Miller-Meteor, mas havia outras com a Hess & Eisenhardt e a Superior Coach.

• Direto das pistas – Outra mostra especial do 10º Encontro Brasileiro de Autos Antigos foi a de carros de corridas do passado. Muito celebrada foi a participação do Karmann-Ghia Porsche 4Cam 1966 da famosa Equipe Dacon, que teve entre seus pilotos os irmãos Wilson e Emerson Fittipaldi e José Carlos Pace. Sua carroceria é em fibra de vidro e o motor o 2 litros refrigerado a ar do Porsche 904.

Packard Dietrich Victoria 1937, dupla Lincoln Zephyr e Pierce Arrow 840 A 1934

• Marcas de Luxo – Foram inúmeras as marcas de luxo presentes ao 10º Encontro Brasileiro de Autos Antigos. Além da Imperial, já citada acima, havia Cadillac, Packard, Cord, Rolls-Royce… Do Lincoln Zephyr havia três exemplares, com destaque para a dupla de Coupês V12 pretos fabricados em 1939 e 1940 e pertencentes ao mesmo feliz proprietário.
  Da extinta Pierce Arrow havia outras duas unidades.  O Conversível 840 A 1934 pertencente ao acervo do Museu CARDE, de Campos do Jordão – SP foi agraciado com o prêmio “Best in Show” na categoria pré-Guerra.

O brasileiro Hofstetter 1986 e o inglês Jaguar XJ 220 1993

• Os outros “Best” – Outros dois automóveis tiveram a honra de receber o título “Best in Show”. Na categoria Nacional o prêmio foi para o futurista Hofstetter 1986 pertencente ao Dream Car Museum, de São Roque  – SP.
  Na categoria Pós-Guerra o ganhador foi o britânico Jaguar XJ 220 1993, um esportivo de baixa produção equipado com motor V6 biturbo de 550 cv, sendo um dos carros mais rápidos do mundo em sua época.

Redação: Fernando Barenco
Fotos e video: Odair Ferraz – Visite sua Loja Virtual