“Nossa marca é a nossa paixão e a história é contada por quem a ama de verdade”
Sua história com a marca Willys começou logo após o nascimento, indo da maternidade para casa a bordo de um Aero 1968. 56 anos depois, um outro Aero Willys é o seu xodó.
O clube que preside tem uma longa história que começou lá pela década de 1960…
“Hoje o Clube Willys Overland do Brasil não vem abrir disputas e sim levar aos apaixonados o prazer de expor seus veículos, basta ver que após nossa retomada, conseguimos trazer pessoas que tinham seus Willys em casa e não saíam”. Este mês tenho o prazer de conversar com Silvio Ruggeri, presidente do Clube Willys Overland do Brasil.
Sei que a origem do Clube Willys Overland do Brasil é antiga, ressurgindo pelas mãos de um grupo de entusiastas, incluindo você, recentemente. Então, em primeiro lugar, queremos conhecer um pouco da história do Clube.
O Clube Willys Overland do Brasil agora em sua nova versão, foi fundado nos anos 1960, sendo então batizado de “Clube de Proprietários de Veículos Willys”, e teve como seus criadores Luiz Antonio Greco, Bird Clemente, dentre outros.
Um antigo Jornal da Tarde noticia a criação do clube
Depois de ficar inativo por anos, houve o retorno em 1986, promovido pelo Sr. José Antônio Penteado Vignoli, com alteração do nome para “Aero Willys Itamaraty Clube do Brasil” sob chancela do então Presidente da FBVA, Francisco Azevedo. Um novo retorno aconteceu em meados de 1994, através de Marcelo Ortega.
Após um novo período esquecido, por fim agora o trouxemos de volta com o nome de Clube Willys Overland do Brasil, resgatando toda a documentação encontrada do tempo de sua fundação.
É importante ressaltar que o objetivo é trazer ao público apaixonado pela marca Willys a sua verdadeira essência. Hoje o Clube Willys Overland do Brasil não vem abrir disputas e sim levar aos apaixonados o prazer de expor seus veículos, basta ver que após nossa retomada, conseguimos trazer pessoas que tinham seus Willys em casa e não saíam. Embora ainda seja um clube “novato em sua nova gestão”, já contamos com um expressivo número de 114 carros, devidamente catalogados e associados, proporcionando belos passeios e aparições em eventos em todos os cantos.
Cerimônia de filiação do clube à Federação Brasileira de Veículos Antigos
Em todo o Brasil temos vários clubes dedicados a marcas e modelos específicos, como DKW, Puma, Chevrolet Opala, VWs Fusca, Kombi e Karmann-Ghia… entre vários exemplos. Na sua opinião, qual a importância desse tipo específico de clube para a marca/modelo a qual se dedica?
São fundamentais não apenas para a preservação da marca. Mas também para a preservação da cultura do antigomobilismo, mantendo a chama viva da paixão que move os apaixonados pelas suas belas máquinas, que desfilam pelas ruas e estradas. Fundamental também para a troca de conhecimentos e as amizades que você vai construindo com passar do tempo.
Que atividades o clube realiza?
Hoje nossa principal atividade é levarmos nossos carros aos eventos. Teremos ainda no próximo domingo, 18 de maio, nosso Expo Willys segunda edição.
Tivemos a primeira edição no Shopping Boulevard, no bairro de Vila Isabel – Rio de Janeiro, em maio de 2024, a convite de um clube. Ali nascia a ideia de mantermos o clube, que então contava com a participação de 23 veículos.
Participação no Encontro Mensal AGMH, no Mercado CADEG, Rio
Poderia nos contar um fato marcante para o clube nessa nova fase?
Encontramos dificuldades de termos encontros pontuais, tanto que levamos a nossa marca e clube para o município de Niterói, pois lá temos mais acesso ao poder público para eventos abertos e isso se torna marcante.
O Willys Interlagos está completando 65 anos de lançamento
Outro item marcante foi resgatar carros esquecidos nos eventos mais tradicionais de carros com marcas de “pedigree”. A Willys é uma bela marca e de origem forte! Veja pelos Jeeps ainda usados em certos seguimentos militares. Um encontro com os mais belos e variados modelos da linha Willys: sua picape F75; sua Rural; seu Aero Willys; seu Itamaraty; o aniversariante Interlagos, que completa 65 anos em 2025… não vejo nada mais marcante que ter esses exemplares em eventos aristocráticos.
Como estão os preparativos para a 2ª edição do Expo Clube Willys Overland? Nos fale sobre o evento.
Estão a todo vapor, muito trabalho para que tudo dê certo. É um mix de sentimentos aflorados no seu limite, como o resgate da memória afetiva, pois meu avô foi dono de um Aero Willys 1960 por anos e eu adorava. Era branco de bancos vermelhos. Meu pai teve um 1964 por um bom período e quando eu nasci saí da maternidade em um Aero 1968!
Este mix de sentimentos é a realização desta união familiar que hoje é o Clube Willys Overland do Brasil, onde temos mais que sócios e sim uma família, no qual nosso objetivo é divulgar uma marca quase esquecida.
Fale um pouco sobre você e sua família. Eles também já estão contaminados pela ferrugem dos antigos?
Hoje sim, pois tenho dois filhos, e minha filha é apaixonada pelos carros do papai e adora quando saímos de Aero Willys. Já meu filho, o carro que ele tem como uma paixão é o MP Lafer. Tem bom gosto o rapaz!
Nos encontros ouvimos muitas histórias do quanto significa determinada marca de carro para uma pessoa, das lembranças de infância e de muitas outras recordações. De onde vem sua paixão pelos carros Antigos? E qual o seu xodó sobre rodas? Além dos Willys, também curte carros antigos de outras marcas?
Aero Willys 1962 é o xodó de Silvio
Bom como falei acima sobre minha história, nasci e vim para casa em um Aero Willys. Fotos de criança no carro sempre me remetem a lembranças lindas.
Sim tenho meu Xodó, que é o Aero Willys 1962 vermelho que tenho. Gosto de outras marcas sim, porém meu carro é o Aero Willys, mas meu Ford Jeep 1974 também tem um lugar especial. Outros modelos são da coleção.
A Willys teve uma passagem curta pelo Brasil, sendo depois incorporada pela Ford, que manteve a produção de alguns modelos Willys nos anos seguintes. Na sua avaliação, qual o legado que essa extinta marca norte-americana deixou em nosso país?
Alguns membros do clube
O primeiro carro fabricado aqui para a família; o primeiro SUV, a Rural; o Jeep que até hoje se mantem ativo em clubes e serviços militares.
Para quem quiser se filiar ao clube, como deve proceder? Quais são os critérios para a filiação?
Hoje para ser associado ao Clube Willys Overland do Brasil, o postulante a sócio precisa ter um exemplar Willys ou Ford acima de 30 anos.
Nossa entrevista está chegando ao fim e deixo aqui com a palavra o Presidente Sylvio Ruggeri Mangialardo, a quem agradeço imensamente pela participação e por poder mostrar um pouco mais sobre os clubes brasileiros. O espaço é todo seu…
Participação no Encontro Mensal AGMH, no Mercado CADEG, Rio
Nosso clube é verdadeiramente um resgate! Ele resgata carros, pessoas que tinham seu exemplar parado ou até a venda. Eu tenho sócios que telefonei por causa dos anúncios deles e hoje seus Willys não estão mais à venda. Eles agora fazem parte do clube e estão bem satisfeitos. Nossa marca é a nossa paixão e a história é contada por quem a ama de verdade.
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