Fuscas, Kombis e Karmann Ghias recebem tecnologia Tesla, preservando a aparência original. Autonomia é de 160 quilômetros e velocidade pode chegar aos 150 km
Os carros elétricos chegaram para ficar, disso ninguém duvida. E a previsão é a de que num futuro bem próximo somente eles e outras versões de veículos sustentáveis estarão nas linhas de montagem das fabricantes de todo o mundo.O que será de nossos ‘velhinhos’ movidos a combustível fóssil? Com certeza, em breve começaremos com frequência a topar com eles convertidos em elétricos nos encontros de carros antigos. Mas essa tecnologia já os alcançou e surgem a cada dia novos relatos de clássicos de ligar na tomada.
Adeus motor boxer
Por exemplo, em San Diego, na Califórnia, a Zeletric Motors transforma clássicos Volkswagen dos anos 1960 com motores refrigerados a ar no que há de mais moderno em termos de tecnologia de veículos elétricos. O foco da empresa são os Fuscas, Kombis, Karmann Ghias e Thinks, além dos Porsches como 356, 911 e 914 — que também utilizam os motores boxer. A empresa trabalha com três possibilidades. Se você já tem um Volkswagen em sua garagem, ela faz a conversão. Se você não tem, pode passar as características do carro que gostaria e eles se encarregam de procurar, comprar e fazer a transformação. Há ainda a opção de comprar da empresa um automóvel pronto, já convertido.
No Fusca (e), as baterias ficam no porta-malas. O equipamento é clean, como pode ser visto no motor dessa Kombi
Nos projetos são utilizados motor, baterias de lítio e outros componentes Tesla. Além desses equipamentos, os carros recebem upgrades na suspensão e freios. A transmissão permanece a original, com alguns ajustes. Nenhuma modificação é feita na estrutura do carro, a fim de preservar a aparência original e para que seja possível tornar a conversão 100% reversível. Tudo é feito de forma a ocupar os espaços disponíveis, levando em conta a distribuição de peso. No Fusca, por exemplo, as baterias ficam na dianteira, no lugar do tanque de combustível e o motor na traseira. Correspondente à mesma configuração de fábrica. Tudo extremamente clean. Mas dependendo da autonomia desejada, baterias extras podem ficar escondidas também sob os bancos.
Destaques dos classificados
Você suspeitaria que eles não são originais sem abrir o cofre do motor?
Volkswagens elétricos: autonomia e velocidade
A autonomia e velocidade máxima alcançada tem relação com o peso do carro e sua aerodinâmica. Fusca e Karmann Ghia tem autonomia para rodar 100 milhas (160 quilômetros) e a velocidade pode chegar a incríveis 150 km/h. Já na Kombi os números são ou pouco mais modestos: autonomia em torno de 60/80 milhas e velocidade de 140 km/h. O que também é bastante surpreendente para o modelo. Outro destaque é a economia. É possível viajar 160 quilômetros ao custo de apenas US$ 3,00, algo em torno de R$ 12,00. E sem poluir o meio ambiente!
Basta ligar o carro na tomada de 110 ou 220v de sua garagem à noite e tê-lo totalmente carregado no dia seguinte, sem pesar muito na sua conta de energia. As leituras de carga e amperagem são feitas através de um instrumento digital vintage, instalado no painel no lugar do marcador de combustível, combinando perfeitamente com o visual original.
O instrumento instalado no lugar do marcador de combustível segue o visual retrô
Não é barato não!
As arrancadas são mais ágeis graças ao maior torque do motor elétrico. E as frenagens — mais eficientes e rápidas — são convertidas em energia extra para as baterias. Essa característica traz para os VWs elétricos uma característica curiosa: eles têm maior economia de carga na cidade do que na estrada, ao contrário dos veículos movidos a gasolina ou álcool.
Gostou? Aposto que sim! Mas não se anime muito. Por enquanto o custo é bem salgado. O valor base para a adaptação de um Fusca ou Karmann Ghia é de US$ 56 mil, equivalente a R$ 224 mil. O carro candidato deve estar em perfeitas condições. A Zeletric não faz restaurações, apenas alguns ajustes para que ele possa ser transformado. Segundo a empresa, cada projeto consume umas 300 horas de trabalho. Se preferir comprar um carro pronto — uma Kombi por exemplo — prepare-se para desembolsar US$ 130 mil. Faça a conta!
Texto e edição: Fernando Barenco
Fotos e vídeo: divulgação
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