Coberturas

Encontro Mensal do Parque da Luz – Abril de 2017– São Paulo, SP

Chevrolets 1951 e 1952

Detalhes tão pequenos… ou às vezes grandes

O grande barato de comparar as diferenças entre modelos em seu diversos anos de fabricação

Para ilustrar a cobertura da edição de abril do Encontro Mensal do Parque da Luz, — que aconteceu no dia 2, domingo — elegemos como  foto principal a de dois Chevrolets pretos clicados pelo nosso parceiro Odair Ferraz. A princípio dois automóveis idênticos, mas aqueles entusiastas mais atentos vão encontrar perspicazes diferenças apenas observando os dois assim de frente. De fato, o de traz foi produzido em 1952 e o da frente um ano antes. É que nos idos de mil novecentos e antigamente as grandes fabricantes americanas tinham quase como uma regra não produzir o mesmo modelo por dois anos seguidos. Em alguns anos as diferenças eram bem sutis — como no caso desses Chevys —, em outros eram enormes.

Pegando como exemplo a própria Chevrolet, vejamos quatro outros também presentes no Parque da Luz. Os anos são 1955, 1957, 1958 e 1961. Todos com designers bem diversos.

Outro bom exemplo é o Thunderbird, da Ford. Esse passou por uma verdadeira metamorfose ao longo dos anos. Começou como um conversível em 1955 de dois lugares e chegou a uma típica “banheira” no final dos anos 1970, quando chegou em sua sexta geração. O exemplar do evento, produzido em 1958 ainda preserva um pouco das características do primeiro modelo.

À direita, Thunderbird 1958 do Parque da Luz. À esquerda, a título de ilustração, modelos 1958 e 1979

Até mesmo os Ford Modelo A guardam características próprias ano a ano, apesar de terem sido fabricado apenas entre 1927 e 1931. Quem pensa que são todos iguaizinhos, se engana. Tamanho das rodas, altura do capô, com ou sem maçanetas externas… Pergunte a quem realmente entende do assunto!

Ford Modelo: leves variações de um ano para o outro

Nos nacionais, também é possível notar as particularidades de cada ano.  Entre os dois Simcas fotografados no Parque da Luz, as únicas diferenças aparentes ficam por conta de parachoques e frisos laterais. Mas a maior delas está dentro do capô: o preto, fabricado em 1966 é da versão/motor “Tufão”, já a vermelho é uma Emisul 1967, aliás, o último ano da Chambord. No ano seguinte seria lançada a Esplanada, que utilizaria este mesmo motor. Então, a Chrysler comprou a Simca. Mas isso já é outro assunto…

Chambords: à esquerda Tufão 1966; à direita, Emisul 1967

Observe a fileira de MP Lafers abaixo. Todos iguais? Preste atenção e notará que não. O primeiro da fila é da versão TI, com faróis retangulares e parachoques da cor do carro. Foi uma tentativa de ‘modernizar’ o modelo. Mas os projetistas esqueceram de um pequeno detalhe: o grande charme desse conversível estava justamente em seu estilo vintage. Daí o fracasso comercial dessa versão.

VW Brasília 1974
R$ 22.000,00

R$ 45.000,00

Alfa Romeo 2300 Ti4 1985
R$ 100.000,00

Mercedes-Benz 300 SL 1992
R$ 195.000,00

Fiat Coupê 1995
R$ 60.000,00

VW Fusca 1300L 1977
R$ 35.000,00

R$ 32.000,00

FNM 2000 JK 1963
R$ 190.000,00

Ford Corcel de Luxo
R$ 30.000,00

VW Brasília 1976
R$ 30.000,00

VW Kombi Standard 1995
R$ 55.000,00

O MP Lafer TI tinha parachoques da cor do carro

E os Fuscas? Há quem diga que “é tudo igual”. Grande engano. É fato que o VW Sedan manteve exatamente o mesmo estilo básico por anos e anos a fio, mas foi evoluindo sempre. Apenas vendo a imagem a seguir é possível dizer que: o cinza ao fundo é um 1600 de meados dos anos 1980; a seguir, o mais branquinho é um 1300 dos anos 1970; já o Branco Lotus ao seu lado é um 1500 talvez de 1971; a seguir o Azul Atlântico, foi fabricado até 1966 originalmente com motor 1200; o primeiro da fila é da série especial 1600S, apelidado pela própria Volkswagen de ‘Bizorrão’. Foi fabricado em entre 1974 e 1975.

Em primeiro plano, o 1600S, apelidado de “Bizorrão”

São essas diferenças — às vezes grandes, outras vezes sutis — que atraem os antigomobilistas para esse e inúmeros outros encontros de carros antigos Brasil afora, ao longo do ano. Apesar de muitos automóveis serem ‘reprises’, há sempre algo novo a ser descoberto.

Texto e edição: Fernando Barenco
Fotos: Odair Ferraz

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