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3º Encontro de Veículos Antigos de Paraíba do Sul, RJ

3º Encontro de Veículos Antigos de Paraíba do Sul, RJ

E assim nascem histórias de futuros antigomobilistas

No Parque das Águas Salutaris, cerca de 400 veículos e muitos relatos interessantes

[dropcap]A[/dropcap] localização estratégica – estando próxima à divisa dos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais – torna Paraíba do Sul a cidade ideal para reunir antigomobilistas dos dois estados. Some-se a isso o privilégio de contar com um espaço público perfeito para a realização de um encontro de autos antigos: o Parque das Águas Salutaris. Um agradável e amplo patrimônio do município, com muito verde, ar puro, clima agradável, quiosques com mesas à sombra das árvores e, é claro, fontes da mais puras águas minerais.

Domingo de sol. Parque das águas lotado
Domingo de sol. Parque das águas lotado

Eis os dois principais componentes da fórmula de um evento que em apenas três edições já ficou famoso em ambos os estados e que já faz parte da lista dos de maior sucesso do calendário fluminense do antigomobilismo. Este ano, foram cerca de 400 veículos participantes em dois dias – 23 e 24 de maio. E a participação do público – principalmente domingo – foi realmente expressiva, assim como nos dois anos anteriores.

Ford LTD 1978
R$ 86.000,00

Fiat Coupê 1995
R$ 60.000,00

MG TD 1953
R$ 190.000,00

FNM Jk 2150
R$ 150.000,00

FNM 2000 JK
R$ 120.000,00

R$ 25.000,00

R$ 32.000,00

Ford Escort XR3 1992
R$ 29.900,00

R$ 45.000,00

FNM 2000 JK 1963
R$ 190.000,00

O número de Opalas foi realmente grande. A turma do Opala Clube de Petrópolis levou cerca de 40 carros. Grupo familiar, com direito churrasco, criança se divertindo e barraca temática COP Cabana
O número de Opalas foi realmente grande. A turma do Opala Clube de Petrópolis levou cerca de 40 carros. Grupo familiar, com direito churrasco, criançada se divertindo e barraca temática COP Cabana

Diante de tantos automóveis reunidos, é claro que não foi possível contar, mas nos arriscamos a dizer que neste evento, o número de Fuscas – geralmente imbatível – foi superado pelo de Opalas. Não que houvesse poucos Volkswagens (apesar da realização do mega encontro anual de VWs que aconteceu no mesmo final de semana, em Duque de Caxias, organizado pelo Duke’s). Mas somente o Clube do Opala de Petrópolis levou a Paraíba do Sul cerca de 40 exemplares. Some-se a eles os representantes de outros clubes de Opala, além de ‘opaleiros’ independentes, não associados a nenhum clube da marca.

Mundo afora. De Fusca, é claro!

Acima, o casal ao lado de seu Fusca. Abaixo a lista de locais por já passaram e uma foto ddos anos 1990, na Cordilheira dos Andes
Acima, o casal Alfredo e Gilda ao lado de seu Fusca. Abaixo a lista de locais por já passaram (impressa nas costas da camiseta) e uma foto dos anos 1990, na Cordilheira dos Andes

Tivemos o prazer de conversar com o simpático casal Alfredo e Gilda Vazquez, que nos apresentou o Fusca 1981 verde, fiel companheiro de viagem, com muita quilometragem e cheio de histórias para contar. Com este carro eles viajaram pela América do Sul durante os últimos 30 anos, percorrendo o Brasil de Norte a Sul, e também Paraguai, Uruguai, Argentina e Chile. Em todas as viagens, via de regra acamparam ou dormiram  dentro do carro mesmo. Hospedagem em hotel ou pousada só em ultimo caso. Mas por hora não vamos revelar mais nenhum detalhe, já que estamos preparando uma reportagem contando as aventuras do trio por esse mundão afora!

Os debutantes

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À esquerda, a Rural de Chrystopher. À direita, o Chevrolet Master 1939

Pode haver ocasião mais significativa e emocionante para um antigomobilista do que a primeira participação de seu automóvel em um evento, após meses e até anos de restauração? Neste evento, encontramos quatro vivendo este momento. O jovem Chrystopher Carvalho nos levou para conhecer sua Rural de Luxo 1964 vermelha e branca, que passou por um processo de restauro caprichado, completo e sem afobação. A falta de alguns pequenos detalhes não o impediu de ‘estreá-la’ no encontro deste ano. Senão, só ano que vem. Haja coração para aguentar a ansiedade… E ele já tem planejado um novo desafio: a reforma de uma pick-up Ford F75, que segundo ele, também irá levar vários anos.

Já o antigomobilista de Petrópolis – RJ Célio Pavão venceu com toda tranquilidade os 80 quilômetros de rodovia a bordo de seu ‘novo’ Chevrolet Master Sedan 1939. O carro havia pertencido a uma família petropolitana por anos a fio, que o mantinha com o cuidado necessário para que permanecesse em boas condições de funcionamento e aparência, apesar de seus 74 anos. Após a recuperação, o velho Chevy ficou em estado de novo novamente.

À esquerda, Paulo e seu Fordinho. À direita o Dart 1970 de Raul
À esquerda, Paulo e seu Fordinho. À direita o Dart 1970 de Raul

Mas, se comparado ao novo xodó de Paulo Pontes, de Volta Redonda — RJ, o Master de Célio nem é tão antigo assim. Do mesmo modo que a Rural de Chrystopher, o Ford Modelo A Phaeton fabricado em 1929 de Pontes acaba de ‘sair do forno’, dependendo ainda de alguns pequeninos detalhes para ficar 100% pronto. O trabalho foi feito em sua própria casa, tendo ele mesmo posto ‘a mão na massa’, deixando para profissionais somente o que era absolutamente necessário. O resultado não poderia ter sido melhor, como pode ser comprovado pela foto.

Nosso quarto debutante é o Dodge Dart 1970 de Raul Euler, de Paty do Alferes – RJ. O sedan de linda pintura cinza metálica foi restaurado lá mesmo na pequena cidade da Região Serrana Fluminense. Raul nos confidenciou que ao contrário da maioria dos admiradores da linha Dodge Nacional — que gosta mais dos esportivos cupês Chargers R/T — ele sempre teve predileção pelos Darts Sedan da primeira fase, pelas linhas sóbrias e por sua linda grade em metal (a partir de 1973 a grade passou a ser de material plástico). Concordamos com ele e incluímos entre os detalhes dessa primeira fase as estilosas calotas.

Uma família e seus Passats

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A Família Sgarbi descobriu num certo Volkswagen com motor refrigerado a água uma boa razão para se manter ainda mais unida. Tudo começou com Luiz Antonio, que na década de 1970 comprou seu primeiro Passat. Depois veio o segundo, o terceiro, o quarto… O desejo de um dia ter seu próprio Passat tomou conta do coração de seu filho Michael, ainda muito garoto na época. Passaram-se anos, décadas. Michael cresceu, constituiu família, mas o desejo de infância permaneceu. E o sonho acabou se realizando. A paixão acabou ‘contaminando’ o irmão Vinicius. Mas não apenas isso, reascendeu também em seu pai a vontade de ser novamente proprietário de um Passat. O resultado está nessa foto acima: a feliz Família Sgarbi e seus lindíssimos exemplares.

De filho para pai

José Guilherme com o Diplomata e com a Rural, ao lado do pai
José Guilherme com o Diplomata e com a Rural, ao lado do pai

Via de regra, a admiração por carros antigos acontece assim como com os Sgarbi: é passada de pai para filho. Mas no caso dessa que vamos contar agora foi exatamente ao contrário. Desde bem pequenininho José Guilherme já se interessava por carros. Ao ponto de com apenas 6 anos pedir a seu pai, José Oswaldo, um Opala. O desejo do filho foi atendido na forma de um Diplomata 1992. A paixão do menino contagiou o pai. Desde então, a família sobre rodas cresceu bastante, com mais dois modelos de passeio — Landau 1977 e Fusca 1968 — e todo uma gama de utilitários Willys: Rural 1974; F75 1978; Jeeps 1949, 1957 e 1976. Hoje Guilherme já tem 14 anos e não vê a há de completar 18, par tirar a carteira de habilitação e desfilar pelas ruas de Paraíba do Sul.

O carro da novela

O Lafer de Francisco participou da novela da Rede Globo
O Lafer de Francisco participou da novela da Rede Globo

Marcaram presença este ano — como nos dois anos anteriores — os Amigos MP Lafer, do Rio de Janeiro. Os admirados conversíveis ganharam destaque estacionados em ângulo na ‘avenida’ principal do Parque das Águas Salutaris, onde foram exaustivamente clicados pelo público. Entre os vários exemplares, das mais diversas cores, nos chamou a atenção o vermelho de Francisco da Paz. De especial, o fato de ter acabado de participar da novela global de época Boggie Oggie. Na trama, o esportivo de Francisco pertencia à Carlota, personagem vivida pela atriz Giulia Gam.

Usina de som

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Os equipamentos acústicos do Fusca chamam a atenção. Na foto de baixo, à esquerda, o detalhe da tomada de energia

Como já comentamos, o número de Fuscas e seus derivados foi bastante grande. Entre exemplares originais e modificados, o mais pitoresco neste evento talvez tenha sido um 1974 laranja. Para começar, acrílico tanto no capô — deixando à mostra um caprichado motor — quanto na tampa da mala. No interior, painel com equipamentos de som que sequer saberíamos descrever. No lugar do banco traseiro, enormes auto-falantes, acrescidos de outros dentro da mala. Para fazer tudo isso funcionar, quatro baterias extras, de caminhão. Na lateral direita da carroceria chamava a atenção uma grande tomada redonda, do tipo daquelas usadas por veículos movidos a eletricidade. Serve para dar uma carga extra às baterias e levar máxima potência a essa verdadeira usina de som, que não tivemos a chance de ouvir em ação, já que não era permitido som automotivo. De qualquer forma, o visual já impressionou.

A equipe da AVA-PS, responsável pelo evento
A equipe da AVA-PS, responsável pelo evento

A organização muito bem afinada e a simpatia da equipe da Associação de Veículos Antigos de Paraíba do Sul (AVA-PS) mais uma vez fez a diferença. Na cerimônia de encerramento, o presidente Daniel Netto lembrou o apoio sempre dado pela Prefeitura Municipal, pela CDL e pelos diversos clubes presentes e já convidou a todos para a 4ª edição, que em 2016 será nos dias 21 e 22 de maio. Desde já, todos já estão convidados.

 

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Texto e edição: Fernando Barenco
Fotos: Fátima Barenco e Fernando Barenco

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