Coberturas

26º Encontro Sul Brasileiro de Veículos Antigos – Curitiba, PR

Não teve para ninguém: nacional exclusivo de 1972 levou o prêmio máximo

Opala Las Vegas apresentado no Salão do Automóvel foi o grande vencedor. Dificilmente modelos brasileiros levam o prêmio “The Best” em encontros desse porte

A Capital paranaense foi em 2017 a sede de um dos eventos masters da Federação Brasileira de Veículos Antigos: o Sul Brasileiro, que de forma itinerante acontece a cada ano em um dos três estados do Sul do Brasil.

O espaçoso Expotrade

O local escolhido foi o espaçoso Expotrade Convention Center, com área coberta de 23 mil M2, localizado em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. O evento durou quatro dias, de 16 a 19 de novembro, tendo a abertura oficial acontecido no dia 17 (sexta-feira), com a presença do prefeito Rafael Greca, que fez questão de tirar uma foto ao lado de uma das grandes atrações: o Landau que serviu ao Papa João Paulo II em sua visita à Curitiba em 1980.

Prefeito Greca ao lado do presidente do VCC-PR. No detalhe, o Papa na visita de 1980

A exposição reuniu exemplares da mais alta qualidade, reforçando a fama de que o Sul possui algumas das melhores coleções do Brasil. Mas contou com a participação de expositores também de outros estados, caso de José Candido Murici, do Rio de Janeiro, que foi rodando com seu belo Cadillac Conversível fabricado em 1941 (em primeiro plano, na foto principal). Levou o prêmio especial ‘Mérito Antigomobilista’.

Cord L-29 1930

Entre os modelos pertencentes ao acervo do Museu do Automóvel de Curitiba, uma preciosa dupla de norte-americanos que já estiveram presentes em edições passadas de Águas de Lindóia – SP. Estamos falando dos Cords L-29 Sedan 1930 e 812 Phaeton 1937.

Cadillacs, Lincolns, Chryslers, Packards, Buicks e outras marcas de luxo dos áureos tempos de Detroit mostravam toda a sua sofisticação, ao lado de modelos que eram mais populares na época, e que hoje fazem a alegria dos antigomobilistas como os Chevrolets, Fords, Plymouths, Mercurys. E ainda as marcas extintas independentes como Kaiser, Studebaker e Hudson.

Pick-up Hudson Carrier 1946

Falando em Hudson, o que dizer da sensacional Carrier Six 1946, pick-up baseada nos automóveis de passeio Super Six do mesmo ano? O modelo muito raro, sobretudo no Brasil, mostra que era possível aliar trabalho pesado e muito estilo.

Fairlane 500 Skyliner: tecnologia

Enquanto isso, o Ford Fairlane 500 Slyliner dava um show de tecnologia dos anos 1950, com seu teto rígido conversível, que graças a um complexo sistema elétrico, baixava a capota rapidamente a escondendo no porta-malas com o simples toque de um botão. De acordo com a literatura, o mecanismo contava com sete motores e utilizada nada menos que 185 metros de fiação.

Entre os automóveis europeus a Mercedes Benz foi uma das mais bem representadas com a magnífica 220 Cabriolet 1952, a 220S Ponton 1959, a 190 SL Cabriolet também fabricada em 1959, entre outras. Reforçando ainda mais o time da estrela de três pontas, o casal de aventureiros da Nova Zelândia Fred e Elisabeth Smits que está dando a volta ao Mundo a bordo de uma 220S Ponton 1957, e que foi tema de recente reportagem aqui do Maxicar.

Projeto de Anísio Campos

Bólidos clássicos de competição também estiveram em Curitiba, com destaque para o AC-1600 1968 projetado pelo mestre Anísio Campos em 1968. As velhas Carreteras, tão presentes nas antigas corridas, sobretudo no Sul do pais, não poderiam faltar também.

Bastante sortidos os setores de veículos militares e de utilitários, que além dos Jeeps, trouxe exemplares da Willys Rural nas versões americana e brasileira.

Os nacionais deram uma boa ideia do que se produziu aqui entre o final da década de 1950 e os anos 1980. Da Willys, o Jeep e a Rural já citados acima, além do Gordini, do Aero e do Itamaraty. Da Simca o sedan Chambord e a Station Wagon Jangada. Da Ford, o Corcel, o Del Rey, o Galaxie/LTD/Landau, o Maverick e o Escort, com destaque para o XR3 Conversível 1985, premiado na categoria Contemporâneos Nacionais. Da Chrysler, Darts, Magnum, Polara e um incrível quarteto de Chargers da primeira fase que não deixam a desejar em nada se comparados a esportivos americanos. Da Volkswagen o Passat e toda a gama de modelos derivados do Fusca, com motor boxer refrigerado a ar como Karmann Ghia, Kombi, Variant e TL.

Opala Las Vegas. No detalhe. o Salão do Automóvel de 1972

Para terminar não podemos de deixar de parabenizar a marca Chevrolet nacional, que teve um representante premiado como o “The Best” da edição 2017 do Sul Brasileiro. O Opala Las Vegas 1972 desbancou as beldades internacionais raras e valiosas presentes, algo muito pouco usual nos encontros de carros antigos aqui no Brasil, que via de regra concedem o prêmio máximo a modelos fabricados na Europa ou Estados Unidos. Ponto para a indústria brasileira!

LISTA DE PREMIADOS

Trata-se de um exemplar único, fruto de uma experiência de design do Departamento de Marketing da GMB, apresentado no Salão do Automóvel daquele ano. Um coupê normal ganhou meio teto de vinil branco, grade exclusiva, faróis auxiliares, calotas com detalhes da cor do carro, interior personalizado, entre outros mimos. E aquele modelo de teto acabaria sendo incorporado à linha Opala somente em 1975. Daí o apelido “Las Vegas”.

Você confere toda a história desse campeão, na reportagem “Por onde andou o Opala Las Vegas”, que publicamos no ano passado.


ÁLBUM DE IMAGENS


Texto e edição: Fernando Barenco
Fotos: Odair Ferraz

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