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6º Encontro de Autos Antigos de Congonhas, MG

Imagem aérea na Exposição na Romaria Foto: Aerobull – www.aerobull.com.br

6º Encontro de Autos Antigos de Congonhas, MG

Lotação esgotada!

Mais de 200 veículos tomaram conta do pátio da ‘Romaria’ na manhã de domingo

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Apesar do tempo ruim sábado, o domingo foi maravilhoso, sem uma nuvem sequer
[dropcap]N[/dropcap]os perdoem o trocadilho! Mas foi uma verdadeira “romaria” de automóveis antigos na manhã de domingo — 28 de junho — à 6ª edição do Encontro de Autos Antigos de Congonhas, a cidade histórica mineira nacional e mundialmente conhecida por causa das esculturas dos 12 Profetas de Mestre Aleijadinho.

Foram mais de 200 veículos em exposição dentro do recinto da Romaria — a construção histórica que mais uma vez foi o palco do evento — além de outros 50 perfilados na alameda de entrada. Eram os veículos dos sócios e simpatizantes do Clube dos Quadrados de Congonhas — um dos clubes co-irmãos convidados para a festa. O outros dois foram o Opaleiros da Real e o JeeProfetas.

Na chegada ao evento, cerca de 50 'quadrados' da Volkswagen
Na chegada ao evento, cerca de 50 ‘quadrados’ da Volkswagen

Para quem não sabe, são chamados de “quadrados”, os automóveis fabricados pela Volkswagen nos anos 1980 e meados de 90 que tem como característica principal de design as linhas retas, angulosas e vincadas, caso de Gol, Parati, Saveiro, Voyage e Passat. Este apelido surgiu em 1994, quando a Volkswagen apresentou a primeira grande reestilização do Gol, após 14 anos de seu lançamento. A nova versão tinha linhas arredondadas, um estilo mais de acordo com a época e foi logo apelidado de “Gol Bolinha”. Daí para os antigos receberem a alcunha de “quadrados” foi um pulo…

Apresentação dos alunos da APAE. No início da tarde de sábado, chão molhado e nuvens escuras. Mas  ao longo do dia, as nuvens foram se dicipando
Apresentação dos alunos da APAE. No início da tarde de sábado, chão molhado e nuvens escuras. Mas ao longo do dia, as nuvens foram se dissipando

Foi sem dúvida uma das edições de maior sucesso deste evento organizado pelo Clube de Autos Antigos de Congonhas. O encontro teve início no sábado (27), mas neste dia o número de veículos foi mais modesto, como sempre acontece nos realizados em dois dias, situação agravada ainda pela chuva que insistia em cair em todas as cidades daquela região mineira — de Belo Horizonte a Juiz de Fora — sem falar do frio, mostrando que o inverno chegou… No lugar de bermudas e camisetas, calças compridas, muitos agasalhos, e às vezes até aguarda-chuvas.

Já no domingo tudo foi diferente: muito sol e aquele calorzinho gostoso de inverno, fazendo com que os antigomobilistas se animassem a tirar suas preciosidades da garagem. Cerca de 20 clubes estiveram oficialmente representados.

Ao lado da APAE, o Rotary Clube ficou responsável pela praça de alimentação: alegria em servir
Ao lado da APAE, o Rotary Clube ficou responsável pela praça de alimentação: alegria em servir

A grande novidade deste ano ficou por conta do caráter beneficente da festa: para inscrever seu veículo, o antigomobilista tinha que levar 5 quilos de alimentos não perecíveis ou doar R$ 15,00. O montante teve destino certo: A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais da cidade — APAE, entidade filantrópica de caráter assistencial, educacional e terapêutica, que sobrevive graças a doações. Além disso, a praça de alimentação foi exclusivamente atendida pela própria APAE e também pelo Rotary Club. Comida boa, gostosa e a preços para lá de justos. Tudo em nome de nobres causas! Exemplo a ser seguido!

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O presidente do Clube Autos Antigos de Congonhas, Robison Elias (e), ao lado do prefeito José de Freitas Cordeiro e da Secretária de Cultura, Miriam Palhares

Alunos da APAE participaram da cerimônia de abertura, que aconteceu por volta das 2 horas da tarde de sábado. Presença do Prefeito José de Freitas Cordeiro e da Secretária de Cultura Miriam Palhares. Houve ainda a apresentação da Sociedade Musical Nossa senhora D’Ajuda, do distrito de Alto Maranhão, formada em sua maioria por crianças e adolescentes.

Momentos do jantar dançante
Momentos do jantar dançante

Na noite de sábado os antigomobilistas e seus acompanhantes se divertiram a valer em mais um jantar dançante com musica ao vivo, na Churrascaria Zé Dias. A pista de dança ficou lotada. O repertório musical foi dos clássicos americanos dos anos 1960, ao forró pé-de-serra e o sertanejo universitário. Pura alegria e descontração.

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Chevrolet Bel Air 1954 e Ford Mustang 1966

É claro que não faltaram belos automóveis a serem admirados. Caso do Chevrolets Fleetline 1948 e Bel Air 1954, do Corvette Conversível 1973 e dos Fords Mustang Hardtops 1966, para citar alguns modelos norte-americanos.

Paulo Affonso e Ernandes  ao lado de seus respectivos Opels
Paulo Affonso e Ernandes ao lado de seus respectivos Opels

Presentes também dois exemplares da marca alemã Opel. O Kapitan 1951 é companheiro de estrada e de eventos de Ernandes Ramos há exatos 47 anos. Morador de Barbacena, ele possui na garagem outros dois carros antigos, mas o sedan da Opel é seu dúvida o seu favorito inquestionável. Já o antigomobilista Paulo Affonso Salvini venceu os 300 quilômetros de viagem desde Petrópolis-RJ com seu Olympia sem qualquer contratempo. O hatch com motor 1.2 é um ‘antepassado’ dos nacionais Chevette e Kadett. Aliás, é baseada em modelos de Opel a linha de automóveis da Chevrolet aqui no Brasil. Opala, Monza (que lá se chamava Ascona), Corsa, Astra e Omega são apenas alguns dos exemplos.

Robison e seu Zwitter 1953: detalhes especiais
Robison e seu Zwitter 1953: detalhes especiais

Outro Alemão — esse um velho conhecido dos brasileiros — também nos chamou a atenção. O Volkswagen 1953 do evento é um exemplar especial. Primeiro por se tratar de um Split — vigias traseiras bi-partidas. Depois por ser de uma serie especial de transição, que já foi fabricada com o painel ‘mais moderno’ dos Fuscas com vigias ‘ovais’ produzidos a partir do segundo semestre daquele ano. Muito raros, os VWs com essas características são chamados de ‘Zwitter’, que em alemão significa ‘hermafrodita’. E além de um farol caça-mulata, o Fusca de Robison Fernandes, de Belo Horizonte, possui um acessório de época muito precioso: o volante alemão Petri Superb estilo banjo. Muito desejado, ele foi produzido na época para uso nos VWs e nos Porsches 356. Uma curiosidade: a mulher no centro do volante é conhecida como ‘Golden Lady’.

Chevrolet C10 1973, Ford F75, Aeros Willys 1968 e 1962
Chevrolet C10 1973, Ford F75, Aeros Willys 1968 e 1962

Entre os nacionais vários modelos da linha Willys Overland: quatro belos exemplares do Aero Willys; Rural 1972 e pick-up F75 1970 (quando a empresa já havia sido vendida para a Ford); e diversos exemplares do Jeep. Expressiva também as quantidade de Opalas, com destaque para o Coupê Gran Luxo automático fabricado em 1974 e para a Caravan 1979.

A versão STD da Variant é raríssima
A versão STD da Variant é raríssima

A Variant vermelha fabricada em 1972 do simpático Sebastião Milagres nos chamou atenção. À primeira vista, acha-se que é uma Variant normal, que foi mal restaurada, já que nela faltam vários detalhes. Mas não. Trata-se de um fracasso de vendas na época e que se tornou um modelo raríssimo hoje. A ‘Standard’ não possui externamente os frisos laterais, de caixa de roda e dos vidros. Não possui também os vidros basculantes traseiros. Internamente, a forração dos bancos é simplificada, iguais à do Fusca 1300 daquele ano e ela não possui o acabamento padrão jacarandá no painel e nos forros laterais. Ainda bem que alguém se propôs a preservar tão bem um exemplar como esse, sem alterar em nada as suas características. O carro de Sebastião é inteiramente original de fábrica, inclusive a pintura.

Opalas e Galaxies
Opalas e Galaxies

Havia ainda, diversos Galaxies, Fuscas Chevettes; alguns Corcéis; um belo Maverick Sedan 4 portas1976; utilitários Chevrolet Brasil Amazona, sua sucessora Veraneio e pick-ups C10; dois VWs SP2 muito originais.

Um Jeep com muita história para contar. Tema de futura reportagem. Em breve!
Um Jeep com muita história para contar. Tema de futura reportagem. Em breve!

Um dos veículos mais fotografados foi um Jeep M38 1951. Despertou o interesse do público não pelo seu impecável estado de conservação, ou por ser um veículo muito raro, e sim pelo que representa. O veículo militar americano em questão — chamado de Velho Joe — pertence ao aventureiro Norberto Boddy, de Santa Catarina. Mas esse assunto não fará parte dessa cobertura, mas de uma reportagem especial que irá ao ar nos próximos dias… Aguarde!

Texto: Fernando Barenco
Fotos e edição: Fátima Barenco e Fernando Barenco
Agradecimento: à Aerobull

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