10 Perguntas ao Presidente, com Fatima Barenco Conteúdo Nossos Colunistas

GRUPO AGMH ANTIGOMOBILISTAS – Rio de Janeiro

Democracia a serviço do antigomobilismo

[dropcap]Q[/dropcap]ual a fórmula do sucesso? Qual o segredo de uma união tão duradoura? Talvez para eles a resposta seja simples: amizade, companheirismo, cumplicidade, respeito, dedicação e descontração. Essas são algumas das características desse quarteto de grande carisma.
Conhecidos por todos como o Grupo AGMH-Antigomobilistas, que com muita, mas muita ferrugem nas veias e no coração, realizam o tradicional e consagrado Encontro de Veículos Antigos Nacionais no Museu Conde de Linhares, no Rio de Janeiro. Esse mês tenho o imenso prazer em conversar com esses 4 grandes amigos: Armando (o “A” do grupo AGMH), Guilherme(o “G”), Max (o “M”) e Hélio (o “H”).

 


Para Guilherme – Como nasceu o AGMH-Antigomobilistas e há quanto tempo vocês estão juntos?

[su_pullquote align=”right”]Identifiquei onde trabalho um antigomobilista que estava meio afastado do meio, o Max, porém seus conhecimentos não poderiam ficar de fora deste evento“[/su_pullquote]Guilherme – Primeiramente eu e Armando nos identificamos com os mesmos ideais, com relação ao antigomobilismo, e começamos a idealizar um evento, uma vez que ele já tinha alguma experiência, pois havia realizado um encontro no antigo Carrefour de Vicente de Carvalho.
e a duras penas o consegui convencer a participar.
Havia acontecido há pouco tempo um evento maravilhoso em Brasília promovido pelo antigomobilista Roberto Nasser “Carros do Brasil”, que nos inspirou para realizarmos um evento com ênfase no carro nacional, pois somos proprietários de carros antigos nacionais e naquela época os nacionais ainda sofriam algumas descriminações. Então em agosto de 2002 realizamos o “1º Encontro de Veículos Antigos Nacionais do Rio do Janeiro”.

Ai éramos o AGM, pois o H foi intimado a fazer parte do grupo após este evento, por isso o motivo do “H” tortinho (AGMH). No decorrer destes 9 anos, se juntaram ao grupo o Paulão, o Tuninho e o Gomes, são os agregados.

2.gifPara todos – Administrar um grupo onde os 4 tem o mesmo poder de decisão, não deve ser tarefa fácil. Como vocês resolvem essa questão?

[su_pullquote align=”right”]…vimos que não sendo um clube, as decisões das realizações seriam bem mais fáceis e atenderiam o nosso objetivo, que é unificar os antigomobilistas sem estrelismo”.[/su_pullquote]Armando – As decisões são tomadas em conjunto com transparência e respeito mútuo.

Guilherme – No escritório, tomando Coca-Cola, por causa da lei seca. Ah, o escritório pode ser qualquer bar ou praça de alimentação de um shopping que escolhemos, às vezes por unanimidade, às vezes por imposição de algum (risos).

Max – Não sei o que os outros responderam mas, nas nossas reuniões eventuais, discutimos, comemos pizza, bebemos Coca-Cola e chopp e tomamos algumas decisões.

Hélio – Todos decidem, todos participam, todos são ouvidos, no final a coisa acontece.

3.gifPara Armando – Por que vocês optaram por não se tornar um clube de automóveis antigos registrado, como normalmente acontece.

Armando – Porque quando fizemos o primeiro Encontro do Museu, que foi feito por nós quatro (AGMH), através de um clube registrado, não tivemos o apoio que esperávamos; então, vimos que não sendo um clube, as decisões das realizações seriam bem mais fáceis e atenderiam o nosso objetivo, que é unificar os antigomobilistas sem “estrelismo”.

Guilherme também quis responder – Não há necessidade, nos reunimos e tomamos as decisões que quisermos sem ter que dar satisfações e sem ter que administrar conflitos e insatisfações dos outros, bastam as nossas.

Para todos – O que representa o carro antigo em sua vida e qual o seu xodó sobre rodas?

Armando – Carro antigo representa história de momentos vividos. Meu xodó é um Chevette 1973 que tenho desde 0 km. São 37 anos de companheirismo com muita história vivida.

Guilherme – Representa retornar ao passado, lembrar tempos de criança e juventude, sonhos. Também representa preservação, história. Meu xodó é um Aero Willys 2600 1964, meu primeiro carro antigo, que foi restaurado com muito carinho com a ajuda de meu saudoso pai. Tenho também uma Brasília 1978 que está na família desde 0km e também um Karmann Ghia TC 1975 adquirido em 2009.

Max – O carro antigo para mim representa uma volta ao passado, um tempo mágico. Não tenho um xodó especial por nenhum deles, por que cada um tem sua história. O MG TD ganhei de meu pai e, através dele conheci minha mulher. O MGA, foi o primeiro carro que comprei, de um grande amigo meu e é quase meu segundo carro. O Puma, comprei para meus filhos e é o meu carro de uso.

Hélio – Representa cuidado, preservação, saudosismo. Tenho um Fusca 1957.

Para Max – Vocês realizam outras atividades além dos encontros mensais e do anual?

Hélio – Sim. Periodicamente organizamos excursões a encontros de antigomobilistas em outras cidades e visitas ao Salão do Automóvel. Este ano organizamos o 1º Encontro de Automóveis Antigos em Caxambu, MG.

Momentos do 9º Encontro de Veículos Antigos Nacionais do Rio do Janeiro – junho de 2010

Para todos – Percebemos nos encontros que além do carro, figura principal, a família tem um lugar de grande importância. Vemos pais, filhos e esposas, todos envolvidos e contagiados por essa ferrugem. Qual a sua explicação para essa contaminação tão saudável? E como sua família encara sua atividade como antigomobilista?

Armando – Essa contaminação deve-se à história dos momentos vividos. Em cada família sempre tem um carro antigo que marcou história. Na minha família, os dois filhos aceitam mas não são muito aficionados, até comparecem de vez em quando, bem como minha esposa que me acompanha, às vezes, mas não é muito vibrante.

Guilherme – Antigomobilismo além de paixão, é cultura e atrai homens, mulheres e crianças. Um encontro de carros antigos é uma festa, é como as músicas que marcaram um tempo: os que viveram a época retornam a ela e os mais novos admiram.
Com relação a minha família, existe um pouco de resistência, face a quantidade de eventos. Quando o local do evento proporciona algum tipo de distração não há muito problema, a esposa acompanha.

    “Logo acharemos nosso caminho. Assim como foi o caso do cinto de segurança, encosto de cabeça, “kit-médico” e etc…

Max – Fátima, encaro esta saudável contaminação como uma demonstração de curiosidade histórica. Um momento em que a história da mobilidade do homem pode ser apreciada ao vivo. Quanto à minha família, acho que eles acham que é um hobby como outro qualquer, assim como alguns pais que jogam pelada nos fins de semana, colecionam selos ou observam pássaros.


Hélio
– Tentamos incentivar nossas famílias e contagiar a família dos amigos. O lugar é seguro e agradável. Quanto à minha família, são grandes incentivadores e entusiastas, me acompanham sempre que podem.

Para Hélio – De um modo geral, os encontros de carros antigos tendem a valorizar e prestigiar mais os importados. Com vocês acontece justamente o contrário. A cada mês um nacional é homenageado no encontro que realizam no Museu Conde de Linhares. Poderia falar um pouco sobre isso?

Hélio – Na minha particular opinião, os veículos nacionais são mais fáceis preservar, já que muitos com mais de 25 anos, ainda rodam por aqui. Peças sobressalentes são encontradas com facilidade. O carro fica pouco tempo inoperante e nós, menos ansiosos.

Para todos – O assunto que no momento esta tirando o sono dos antigomobilistas e que vem gerando muita polêmica, a inspeção anual veicular, que abrange também os carros antigos de qualquer idade. Gostaria de saber a opinião de vocês sobre o assunto.

     “Todos decidem, todos participam, todos são ouvidos, no final a coisa acontece.

Armando – Se essa inspeção fosse realmente honesta, seria válida, mas do jeito que é feita, não vejo resultados concretos.

Guilherme – Não sou contra, porém o que falta é procedimento para a inspeção e qualificação dos inspetores e também fiscalização com técnicos também qualificados. Quanto aos antigos, o Denatran deveria criar procedimento específico para sua inspeção de acordo com época de fabricação, fato que não trás nenhum problema ao antigomobilista que mantém sempre seu carro em perfeitas condições.
Deve haver distinção entre carro antigo e carro velho. Acredito que a FBVA esteja tratando deste assunto junto ao Denatran de modo a não haver restrição a circulação dos veículos antigos que são poucos, em relação a todos os veículos que circulam.

Max – Sou plenamente a favor, desde que as autoridades e principalmente que quem faça as inspeções não queira aplicar em um automóvel fabricado em 1940 ou 1950, os mesmos conceitos obrigatórios em um automóvel fabricado em 2009. No mínimo devem respeitar os idosos!

Hélio – Logo acharemos nosso caminho. Assim como foi o caso do cinto de segurança, encosto de cabeça, “kit-médico” e etc…Encontraremos uma saída.

Para Armando – Os encontros mensais realizados no Museu Conde de Linhares, tem um grande número de carros e de público. A que você atribui todo esse sucesso?

Armando – Atribuo ao nosso carisma, ao local e à democracia do encontro.

Para todos – Nossa entrevista está chegando ao fim, e dessa vez em especial com perguntas aos 4 antigomobilistas, a quem agradeço pelo bate-papo. Com a palavra Armando, Guilherme, Max e Hélio para que deixem uma mensagem aos antigomobilistas que prestigiam o Portal Maxicar.

Armando – Agradecemos ao Portal Maxicar pelo apoio que nos dá e parabenizamo-lo pelo belo trabalho que realiza na divulgação do antigomobilismo.

Guilherme – É com enorme satisfação que respondemos a estas perguntas passando a todos, que acompanham o antigomobilismo por este portal, um pouco do nosso grupo, quatro amigos, que hoje são sete, com idéias simples que deram certo e que cativaram mais amigos o qual incluímos vocês, Fátima e Fernando, que nos deram esta oportunidade.
Parabéns pelo trabalho que vocês realizam e pela força aos antigomobilistas.

Max – A divulgação que o Portal Maxicar nos dá e dá ao antigomobilismo como um todo, só pode merecer o nosso aplauso. Desejo do fundo de meu coração, muito sucesso. Aos antigomobilistas que frequentam ao Portal Maxicar, desejo encontrá-los ao vivo e a cores no nosso encontro mensal no Museu Militar Conde de Linhares todo 3ª domingo do mês.

Hélio – Todos os finais de semana tem um ou mais eventos. Escolha o que mais você se identifica e leve seu “xodó” ou apenas aprecie. Sem moderação!

 

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